quarta-feira, outubro 24, 2012

Ainda não sei se ele estava a falar a sério ...


Há uma semana, em directo na RTP1, no programa "De Caras", o jornalista Vítor Gonçalves entrevistava Fernando Ulrich, CEO do BPI.

Quando abordavam o problema do desemprego a conversa foi mais ou menos esta:

VG: "... mas estava à espera que o Estado negociasse consigo para aumentar o número de empregados do Banco? Se tivesse apoios do Estado poderia criar empregos no BPI? ..."

FU: " ... se pudesse haver 300 ou 500 pessoas que estivessem no BPI durante um ano ou dois, garanto que era melhor para elas porque aprendiam, valorizavam-se e era bom para a sua carreira ..."

VG: " ... e o que é que precisava que o Estado fizesse, que lhes pagasse uma parte do salário? ..."

FH: " ... ou até a totalidade. Era melhor do que pagar subsídios de desemprego. E isto é aplicável às grandes empresas, não às PME porque lá meter 2 empregados, mesmo pagos, perturbaria as empresas. Agora se eu tiver mais 500 pessoas no Banco não perturba o Banco .... "

 

Eu acho que é a isto a que se chama empreendedorismo. Meter nos quadros do Banco 500 funcionários, pagos pelo Estado e a trabalhar e a gerar riqueza para o Banco é uma ideia genial. Acompanhada, porventura, por uma outra medida: a de despedir umas centenas de bancários que já lá estavam e que deixariam de ser necessários.

Pois a mim não perturbaria mesmo nada - mesmo não sendo uma grande empresa nem sequer uma PME - que o Estado pagasse a uma desempregada para ir trabalhar lá em minha casa. Pegando nos argumentos do banqueiro, era melhor para o Estado pagar o ordenado da empregada doméstica do que pagar subsídio de desemprego e para a empregada também seria bom porque se valorizaria e faria curriculum.

Mesmo vendo com toda a atenção a entrevista, não consegui perceber se Ulrich estava realmente a falar a sério. Mas eu acho que estava ...

 

1 comentário:

Vexata disse...

Vou-me candidatar a dar empregos, no caso de algum membro do governo ler este blog, ofeceço desde já emprego a tempo inteiro a:
um motorista;
um jardineiro;
uma "sopeira", com o devido respeito!;
um contabilista;
e um mecânico com bons conhecimentos de electrónica, para a oficina do meu carrinho.

Se não tiveres a contabilidade organizada, posso duplicar o pedido!

Já me esquecia, ofereço também emprego a uma professora, para eu poder ir de férias com a minha!