Como que a corroborar a minha indignação sobre a desorganização dos serviços dos hospitais públicos, expressa no texto que aqui publiquei ontem, dei de caras com a notícia de um caso ocorrido no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro.
Segundo a imprensa, neste hospital público existia até há pouco uma longa lista de espera para cirurgias oftalmológicas, pelo que a Administração do Hospital decidiu contratar um cirurgião espanhol por tempo determinado. Até aqui ...
Só que este senhor doutor-médico-cirurgião, José Antonio Lillo Bravo, em seis dias realizou 234 cirurgias a doentes com cataratas, enquanto que os restantes especialistas do serviço fizeram apenas cerca de 50 intervenções cada um, no ano inteiro.
Eu repito, o médico espanhol fez 234 operações em seis dias e os colegas portugueses realizaram, cada um deles, 50 operações num ano.
Dir-se-á, não é possível! E se for, há aqui qualquer coisa que não bate certo. E, das duas, uma:
- ou o médico espanhol é um carniceiro que faz as operações de qualquer maneira e ao quilo e ... temos que correr com ele; ou
- os especialistas portugueses andam a fazer uma grande ronha e a gozar com o dinheiro dos contribuintes e ... temos que correr com eles.
Uma coisa é certa. A lista de espera de doentes desceu drasticamente e isso é muito bom para a população e demonstrou que a Administração do Hospital decidiu correctamente. Mas não deveria ficar por aqui. É que as suspeitas que tantas vezes se ouvem de que muitos médicos não fazem mais nos hospitais para pressionar os doentes a recorrer aos seus consultórios privados, acabam de ter a confirmação do próprio médico espanhol que já afirmou:
"Eu percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil euros".
Enquanto isso, o oftalmologista espanhol, inscrito na Ordem dos Médicos portuguesa, cobrou apenas 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
E a acreditar no velho aforismo “onde há fumo, há fogo”, será legítimo questionar sobre a possibilidade de haver uma relação efectiva entre a tão baixa produtividade dos médicos hospitalares públicos portugueses e os seus interesses privados.
Eu não acredito em bruxas, mas ...
Segundo a imprensa, neste hospital público existia até há pouco uma longa lista de espera para cirurgias oftalmológicas, pelo que a Administração do Hospital decidiu contratar um cirurgião espanhol por tempo determinado. Até aqui ...
Só que este senhor doutor-médico-cirurgião, José Antonio Lillo Bravo, em seis dias realizou 234 cirurgias a doentes com cataratas, enquanto que os restantes especialistas do serviço fizeram apenas cerca de 50 intervenções cada um, no ano inteiro.
Eu repito, o médico espanhol fez 234 operações em seis dias e os colegas portugueses realizaram, cada um deles, 50 operações num ano.
Dir-se-á, não é possível! E se for, há aqui qualquer coisa que não bate certo. E, das duas, uma:
- ou o médico espanhol é um carniceiro que faz as operações de qualquer maneira e ao quilo e ... temos que correr com ele; ou
- os especialistas portugueses andam a fazer uma grande ronha e a gozar com o dinheiro dos contribuintes e ... temos que correr com eles.
Uma coisa é certa. A lista de espera de doentes desceu drasticamente e isso é muito bom para a população e demonstrou que a Administração do Hospital decidiu correctamente. Mas não deveria ficar por aqui. É que as suspeitas que tantas vezes se ouvem de que muitos médicos não fazem mais nos hospitais para pressionar os doentes a recorrer aos seus consultórios privados, acabam de ter a confirmação do próprio médico espanhol que já afirmou:
"Eu percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil euros".
Enquanto isso, o oftalmologista espanhol, inscrito na Ordem dos Médicos portuguesa, cobrou apenas 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
E a acreditar no velho aforismo “onde há fumo, há fogo”, será legítimo questionar sobre a possibilidade de haver uma relação efectiva entre a tão baixa produtividade dos médicos hospitalares públicos portugueses e os seus interesses privados.
Eu não acredito em bruxas, mas ...
3 comentários:
Podemos correr com o Señor Bravo.
Para já é só um, e dá menos trabalho do que mandar embora os outros todos.
E depois porque é espanhol, e já fizemos isso antes.
Os doentes? Bah, isso agora não é importante.
Estou inteiramente de acordo com o “porcos no espaço”. Afinal é como diz o outro “se o povo não está de acordo com o governo, demita-se o povo”. Mai nada!
Hoje trago noticias fresca da Barra Cheia (Conselho da Moita)
Dizia-se assim na mesa do café do sítio.
- Mais uma vez temos os españois à perna.(dizia o Dr. Binóculos)
- Agora até nos querem acabar com os arranjinhos da privada, estes españois! (redizia o mesmo)
- Atão ó Dr., óspois como é que bamos utilizar os Sams e os Medis ? Isso num bale nos hospitales destritales, pois não? (dizia o Manel Cataratas)
- Claro que não (dizia o Dr.), só vale mesmo nos privados e nos publico-privados. E é uma sorte pois nos outros não se pode trabalhar com vontade. Sabe, é muita gente para atender, muitos colegas a disputar a direcção, etc. Resumindo só servem para as urgências e para os cancros.
- Agora me recordo, o Sr. agora com esse cartãozinho, não passa lá no consultório para vermos esses olhinhos, é que não lhe custa nada ? (termina o Dr., já de saída e afagando o bigode)
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