Nasci 30 anos depois de Artur Agostinho. Cresci com a sua companhia e habituei-me à sua presença. Primeiro através da rádio e, mais tarde, do cinema e da televisão. Os relatos de futebol deixavam-me com o ouvido colado ao transístor e a emoção e a clareza com que “narrava” as partidas faziam-me seguir as jogadas e “ver” os meus ídolos como se estivesse no próprio campo.
Apresentou inúmeros concursos na televisão (ainda hoje se recorda o “Quem sabe, sabe”, o primeiro concurso a sério da RTP), foi apresentador de tantos e tantos espectáculos e dos famosos “Serões para Trabalhadores”, que eram feitos ao vivo e retransmitidos pela Emissora Nacional, em que também animava os espectadores contando anedotas. Foi aquilo a que se chamava na altura uma “vedeta da rádio”, o que não o impediu de ser reconhecido noutras actividades que também abraçou. Fez informação desportiva e publicidade, foi actor, escritor e entrevistador.
Artur Agostinho morreu aos 90 anos mas a sua cabeça tinha a lucidez e as capacidades dos 50.
Era uma figura popular, um homem bom, simpático, excelente comunicador e de quem gostávamos. Vamos sentir a sua falta.
Sem comentários:
Enviar um comentário