Não sei se já vos aconteceu mas comigo sucede muitas vezes sentir-me bem-disposto num momento e, logo de seguida, completamente “em baixo”. Se calhar é da idade ou … das aberrações desta vida.
Então não é que ouço os políticos dizerem, nomeadamente os que nos governam, que o país tem que ter maior produtividade para ser mais competitivo e, por outro lado, quando se vislumbra a possibilidade de haver uns dias de folga adicionais, vá de fazer uma “ponte” e lá vamos nós cantando e rindo? Claro que me passo. Sobretudo quando é o próprio Governo que promove esses diazinhos de férias a mais.
Para além da gracinha de vermos as crianças mascaradas (que muitas vezes satisfazem mais os pais do que os próprios rebentos) digam-me lá o que é que justifica que se conceda uma tolerância de ponto aos trabalhadores da função pública e dos institutos públicos, tanto mais que a terça-feira de carnaval até nem consta na lista dos feriados obrigatórios estipulados por lei?
Eu sei que a folga sabe muito bem mas, meus caros, ouçam o que os distintos economistas se fartam de avisar: estamos num país que tem uma economia tão débil que só uma ajuda divina será capaz de salvá-lo.
Porém, nós que somos crentes mas acima de tudo folgazões, achamos que é melhor não ligar a esses dois dias seguidos de trabalho que se perdem - a terça (devido à tal tolerância) e a segunda (porque se fez uma ponte que é para isso que elas servem). Depois logo se vê.
Será que estamos a pensar em direitos adquiridos ou em estratégia política? É que – dizem - há eleições à vista … e não convém facilitar. Lembrem-se do que aconteceu há alguns anos com Cavaco Silva, quando quis acabar com a terça de Entrudo e empurrar os feriados para os fins-de-semana mais próximos. Por “coincidência” nas eleições que se realizaram a seguir, foi apeado.
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