quarta-feira, março 02, 2011

É urgente! Queremos mais e mais canções de protesto


Para aqueles que não são muito amigos de ouvir música é bom que (pelo menos) tenham consciência que ela serve para alguma coisa além, naturalmente, de poder fazer estremecer as paredes da casa ou pôr os vizinhos à beira de um ataque de nervos quando o som tem uns quantos decibéis a mais.

A música alimenta e enriquece o espírito, faz-nos sonhar e, quantas vezes, tem o condão de nos despertar para certas realidades da vida. Como no caso das chamadas músicas de intervenção, que parecem ter voltado à ribalta e que julgávamos terem sido arquivadas após os tempos da ditadura e da gloriosa época do PREC. Já aqui nos referimos aos Deolinda e àquela super-super “canção de protesto” – “Parva que sou” - que se tornou o hino da geração actual. Pois parece que resultou (e não levou muito tempo … convenhamos). Apesar dos versos apenas expressarem “Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar” o Governo já anunciou a interdição dos estágios profissionais não remunerados.
Acho muitíssimo bem. A exploração da rapaziada é chocante e é inaceitável. Há muito que medidas deste tipo deveriam ter sido tomadas. Porém …

Porém, há a necessidade urgentíssima de ecoar pelas salas e pelas praças deste país e, também, pela Assembleia da República, outras canções de protesto e de desespero que lembrem aqueles que são menos jovens mas que são igualmente ignorados ao perderem prematuramente os seus empregos e lançados numa situação que não desejaram e sem qualquer tipo de apoio.

E, já agora, para os idosos e para os pensionistas, cuja luz ao fundo do túnel jamais verão e que não têm associações nem sindicatos que defendam os seus direitos e acalmem as suas angústias. Também para esses é necessário que se soltem canções de protesto, murmuradas/interpretadas pelos Deolinda, pelos Manuela ou pelo Chico dos Anzóis. Tanto me faz.

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