domingo, setembro 23, 2007

Um violinista no Metro de Washington...



O jornal "Washington Post", com a ideia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos, convidou Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, a tocar incógnito durante 45 minutos numa estação de metro de Washington.

Apesar da beleza que emergia daquele canto da estação de metro, ninguém reparou nem no concertista nem no violino em que ele tocava, que era, nem mais nem menos, um Stradivarius de 1713, que vale qualquer coisa como 3,5 milhões de dólares.

Enquanto que três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, completamente cheio e onde os melhores lugares custavam 100 dólares, ali na estação de metro, foi ostensivamente ignorado pela maioria das pessoas que por ali passavam, à excepção de uma jovem que parou, deliciada, para ouvir a magia interpretativa do artista.

Bell que vestia umas calças de ganga, uma t-shirt e um boné de basebol, apesar de ter interpretado “Chaconne” de Bach, "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce, não conseguiu despertar a atenção das pessoas. Foi uma indiferença praticamente total.

Uma experiência semelhante já foi feita também em Portugal - aqui o artista era o Tim, dos Xutos - e o resultado foi em tudo semelhante ao que aconteceu com Bell em Washington. O Tim foi completamente ignorado.


Segundo o Director da National Gallery, nada há de estranho nesta falta de interesse, porque "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".

Nunca tinha pensado nisto, mas concordo agora que, de facto, "A arte tem de estar em contexto".


Podem assistir ao que aconteceu, acedendo a:

http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

(o vídeo tem 2,36 m de duração)




Não podia, no entanto, acabar este post sem vos deixar um outro momento de rara beleza, Joshua Bell tocando uma peça de Beethoven, num vídeo que tem cerca de 6,51 m e a que podem aceder em:

http://www.youtube.com/watch?v=T7mlCf1b1X0&mode=related&search=



Mesmo sem o contexto apropriado, espero que tenham notado e apreciado devidamente a virtuosidade e a arte de Joshua Bell.


1 comentário:

Anónimo disse...

É por estas e também pelas outras que eu gosto de vir até aqui.

Aquele virtuosismo deixou-me em êxtase.

Por favor, demascarenhas, dá-nos mais momentos como estes ...