quinta-feira, outubro 31, 2013

O poder pelo poder ...



Fiquei satisfeito com o acordo celebrado entre o vencedor das últimas autárquicas no Porto, o independente Rui Moreira e o candidato do Partido Socialista Manuel Pizarro. Foi, quanto a mim, a manifestação da vontade dos dois autarcas em porem, acima de tudo, os verdadeiros interesses do Porto e dos seus cidadãos em detrimento de quaisquer outros, pessoais ou partidários. Como, aliás, aconteceu também em Loures onde a CDU (que ganhou) se coligou com o PSD. Enfim, a verdadeira missão de quem quer fazer coisas em prol das cidades e dos seus habitantes.

No caso do Porto, outro, porém, foi o entendimento da Federação Socialista do Porto que considerou esta aliança negativa para o partido "uma vez que torna o PS irrelevante nos próximos quatro anos". Ou seja, independentemente dos interesses das pessoas e das preocupações da sociedade, o que os responsáveis deste órgão partidário pensam é que daqui a quatro anos, quando houver novas eleições autárquicas, e caso tudo corra bem durante este mandato, o Partido Socialista dificilmente será o vencedor. Isto é, o PS terá poucas hipóteses de conquistar a segunda Câmara do país.

A questão, mais uma vez, é a do poder pelo poder. O resto, dane-se. E eu a pensar (por ingenuidade) que o que interessava mesmo era o desenvolvimento das cidades e o bem-estar das populações .

quarta-feira, outubro 30, 2013

Mas acham mesmo que isto é jornalismo?




Parece que o assunto que está na ordem do dia é o caso da alegada violência que envolve Bárbara Guimarães e o marido, Manuel Maria Carrilho. Certa comunicação social - jornais e televisões - exibe parangonas com os pormenores mais escabrosos que conseguem imaginar. Se ela bebe, se ele lhe bate, se o padrasto tentou violá-la aos 18 anos, quem é que tem culpa de quê? E nem sequer há o pudor de fazer certas perguntas na presença dos filhos (menores) do casal, que não têm qualquer culpa das desavenças dos pais.

Eu sei que o jornalista é o profissional da notícia. O jornalista investiga e divulga factos e informações de interesse público. Mas, caramba, onde é que está o interesse público desta história? Ou a curiosidade resulta apenas de ela ser uma conhecida apresentadora de televisão e ele um ex-ministro?

O presente caso é um excelente exemplo de um péssimo e vergonhoso jornalismo. Aquilo a que eu chamo "jornalismo de sarjeta".

terça-feira, outubro 29, 2013

Governooooooooooooooo ... já ouviram falar em controlo orçamental?




No Económico de ontem li uma notícia espantosa. "O Ministério das Finanças foi surpreendido por uma derrapagem orçamental de 135 milhões de euros este ano na despesa com pessoal de uma única entidade pública". E porquê, perguntar-se-á. Diz a mesma notícia que "os gastos deste serviço não estavam a ser reportados por dificuldades informáticas e, quando os números chegaram, foram mais negativos do que o esperado".

Boa! Uma só entidade pública, por alegadas dificuldades informáticas e por que não tinha aquilo que qualquer empresa medianamente bem organizada possui a que se costuma chamar de "segunda posição", não prestou contas a maior parte do ano. Vai daí, uma valente derrapagem de 135 milhões de euros.

E eu pergunto, nunca houve por parte de quem tem a obrigação de controlar estas despesas, a curiosidade de questionar porque é que não lhe chegavam os reportes? Estariam distraídos ou a balda já faz parte do sistema? E isto aconteceu só a uma única entidade ou também a outras?

Perante o facto, parece-me que não podemos ter qualquer confiança num Ministério que, por causa de umas falhas informáticas, tenha descurado de forma tão grosseira o controlo orçamental ... se é que ele existe. Como pode o Ministério das Finanças ter ficado tão surpreendido?




segunda-feira, outubro 28, 2013

Polícia Judiciária sem dinheiro para balas?



Já todos percebemos que os "cortes" propostos no Orçamento de Estado para 2014 são feitos um bocado a eito, às cegas e sem a devida ponderação sobre a poupança/benefício/risco que comportam.

Vejamos o caso da Polícia Judiciária. Quando necessitamos da sua intervenção será que alguém pensa que a sua acção irá ser altamente prejudicada se não tiver dinheiro para químicos de laboratório, para os combustíveis dos automóveis ou para uma coisa tão fundamental numa polícia como ter balas? Não, pois não?

Pois a proposta de OE para o próximo ano prevê um corte de 100% - cem por cento - na verba para comprar munições (cada inspector da PJ faz uma média de 300 tiros por ano, entre os treinos e as operações no terreno), um corte de 67% nos produtos químicos e farmacêuticos para os laboratórios e só atribui 426 mil euros (o Conselho de Ministros vai receber 764 mil euros) para combustíveis (menos 76%), o que vai impossibilitar a PJ de fazer investigações por todo o país.

Ou seja, os cortes podem pôr em causa todo o funcionamento da Judiciária. O que poderá significar que vai haver um aumento significativo da criminalidade.

O director nacional adjunto da Polícia Judiciária já afirmou, entretanto, que o Ministério da Justiça garantiu que vai promover a alteração e reforço da fatia do Orçamento do Estado para 2014 destinada ao funcionamento da PJ. Vamos esperar.

Mas estes cortes, a meu ver, completamente incompreensíveis, nomeadamente quanto a não haver dinheiro para as balas, fizeram-me recordar aquela história da guerra do Raul Solnado em que houve alguém que, para poupar dinheiro nas balas, sugeriu que se atasse um fio a cada bala. Disparava-se a arma e depois era só puxar o fio e a bala estava pronta a ser disparada de novo.
Graças à parte, a verdade é que estamos perante uma situação deveras preocupante. E, das duas uma, ou teremos razões para estarmos inquietos com a inoperância da nossa Polícia Judiciária por falta de meios ou, simplesmente (e como o director nacional adjunto da Polícia Judiciária deu a entender), o orçamento não é para cumprir. O que já estamos habituados ...

sexta-feira, outubro 25, 2013

Quando um assaltante exige uma indemnização ...




Todos sabemos que um Tribunal é um lugar onde se administra a justiça e que esta, mais não é (ou pretende ser) do que aquilo que é justo, que é merecido. Por isso é que não consigo entender por que é que o Tribunal de Albergaria-a-Velha recusou uma indemnização de 15 mil euros a um homem que foi agredido por três pessoas que lhe deixaram algumas mazelas: uns quantos dentes partidos, uma orelha desfigurada e dificuldades de visão. Não seria mais do que justo o homem ser ressarcido pelos danos (físicos e morais) sofridos?

Ah, já me esquecia de contar: o "desgraçado" que apanhou a tareia foi surpreendido quando tentava assaltar uma pastelaria. Ele entrou de cara tapada, ameaçou o dono do estabelecimento e deu-lhe um tiro nas pernas e disparou uma segunda vez sem acertar. Só que o proprietário ainda teve forças para juntamente com a mulher e o genro imobilizar o suspeito até chegar a GNR. Enquanto esperavam, deram-lhe uma coça das antigas, certamente porque ... tinham ficado aborrecidos. Acontece, há dias assim.

Perante o pedido do assaltante - que, "coitado", já tinha sido condenado a quatro anos de prisão efectiva pelo crime de roubo qualificado na forma tentada e ao pagamento de quase 18 mil euros de indemnização - a juíza alegou que "a conduta teve cobertura do direito de exercer a legitima defesa".

Moral da história: até para se ser bandido é preciso competência.


quarta-feira, outubro 23, 2013

Depois admiram-se das coisas não correrem bem...




Os jornais on-line dos últimos dias têm noticiado o assunto, tenho recebido resmas de e-mails sobre a mesma matéria e os comentários nas redes sociais não param. De que é que estamos a falar? De dois jovens rapazes que foram contratados pelo Gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro (Carlos Moedas) para acompanhar a execução de medidas do memorando de entendimento com a troika.

Nada teria a comentar, não fosse exactamente a pouca experiência profissional e de vida destes "especialistas", que eu julgava necessária para um trabalho desta natureza. Mas, meus Amigos, por muito bem preparados que sejam - e serão - dois mancebos de 21 e 22 anos, respectivamente, serão as pessoas indicadas para a tarefa?

Há quem diga que os jovens recém-licenciados foram contratados por um salário à volta dos mil euros para fazer um estágio no Ministério da Economia e Emprego. Há também quem afirme que o trabalho apenas durará uns meses até a troika se ir embora. Aceitaria esses argumentos se me deixassem sossegado. Mas a verdade é que não deixam e acho que, mesmo que seja por pouco tempo, seria mais avisado colocar naquele lugar pessoas com mais experiência e que estivessem mais habilitados a analisar dossiers que até são capazes de ser complicados. E quem nos garante que aquelas contratações são provisórias? É que há já quem pense na possibilidade de um segundo resgate ou um plano cautelar de apoio.

Nada contra Tiago Ramalho e Miguel Leal, claro está. A questão é o Q.I.. Não o deles (o QI - Quociente de Inteligência dos dois jovens) mas o verdadeiro QI - o "Quem Indicou" gente tão verdinha para funções tão complexas. Depois admiram-se das coisas não correrem bem...


terça-feira, outubro 22, 2013

Será o reflexo do estado da Nação?



A Bandeira Nacional (um dos três símbolos da Pátria) representa as lutas da fundação, da independência e da restauração de Portugal e os descobrimentos marítimos. Ao longo dos tempos a bandeira teve várias versões até que, após a instauração da República, foi criada a bandeira tal como hoje a conhecemos. Os seus autores foram Columbano (o pintor), João Chagas (o político) e Abel Botelho (o diplomata e escritor).

Na sua composição, todos os detalhes foram pensados e a simbologia foi perfeita: a História do país a que se juntou uma visão do futuro a que o ardor patriótico emanado do 5 de Outubro de 1910 não foi irrelevante. Mas também as cores: a verde que representa a esperança em melhores dias de prosperidade e bem-estar e também os campos verdejantes. A vermelha que representa o valor e o sangue derramado nas conquistas, nas descobertas, na defesa e no engrandecimento da Pátria. Finalmente a Esfera Armilar (onde estão representados sete castelos) que simboliza as viagens dos navegadores portugueses pelo Mundo, nos séculos XV e XVI.

E, com tudo isto, a Bandeira Nacional tornou-se num dos símbolos da Nação, que devemos respeitar.

Porém, as coisas nem sempre são lineares. Passando por cima daquele lapso de Cavaco Silva que, precisamente no 5 de Outubro de 2012, na Câmara Municipal de Lisboa, içou a bandeira ao contrário (houve quem interpretasse o facto como a imagem de um país de pernas para o ar) e de, já em Fevereiro deste ano, termos assistido à lamentável cena de ver hasteada a nossa bandeira à entrada da sede do Conselho Europeu, em Bruxelas, não com os tradicionais castelos mas com pagodes chineses, foi a vez de, há dias, numa cerimónia oficial no México, o discurso do Primeiro-Ministro, Passos Coelho, ter sido proferido com uma bandeira portuguesa "diferente" como pano de fundo. A " tosca bandeira", provavelmente "cozinhada" no México para desenrascar, ostentava a esfera armilar assente numa superfície branca (o que não acontece na versão oficial), os sete castelos interiores não estavam na posição certa, as torres não estavam voltadas para o centro do escudo, e os escudetes eram demasiado pequenos. Enfim, uma vergonha.

Pois bem, o que gostava de saber é por que se desrespeita tanto (e começa a ser demasiado frequente para o meu gosto) um dos nossos símbolos nacionais? Será que isso é o reflexo do estado da Nação?


segunda-feira, outubro 21, 2013

"Soneto de Fidelidade"




No passado sábado, dia 19, Vinícius de Moraes teria feito 100 anos. Diplomata, dramaturgo, jornalista, grande poeta e compositor brasileiro, o "Poetinha", como carinhosamente era conhecido, foi (e continua a ser) uma referência para várias gerações. Mas, como alguém disse, Vinicius de Moraes já era eterno quando morreu.

Durante toda esta semana vamos recordá-lo no blogue "Baú"
http://www.bau-demascarenhas.blogspot.com/



Hoje, ficamos com mais um belíssimo poema de Vinícius de Moraes


"Soneto de Fidelidade"

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
 

sexta-feira, outubro 18, 2013

Para quando a erradicação da pobreza?



Ontem, quinta-feira, assinalou-se o "Dia Internacional Para a Erradicação da Pobreza". Alguém deu por isso? Alguém pensou no significado de uma data que pretende chamar a atenção para uma coisa chamada pobreza?

Os cidadãos quase que não deram pela efeméride. Quanto a quem manda no país, atrevo-me a pensar que não devem ter reparado na data porque estão muito preocupados com os números do défice e da dívida externa e com a reestruturação do Estado (seja isso o que for) de que estamos à espera desde o princípio do ano.

E não querendo cair na demagogia de dizer que esses tais números não são importantes, prefiro sublinhar que há pessoas para além do défice. Infelizmente a realidade tem-nos mostrado que não passam de números que podem dar jeito em eleições e são absolutamente necessários para pagar impostos e pouco mais.

Ainda ontem o presidente da Cáritas Portuguesa alertava "que há cada vez mais pessoas em situação de pobreza extrema em Portugal, porque lhes foi retirada a principal fonte de rendimento, o trabalho".

E a verdade é que há cada vez mais pessoas a cair na pobreza mais severa, vítimas, em grande parte, das medidas de austeridade que brutalmente têm sido aplicadas nos últimos anos.

Perante as dificuldades crescentes da população, a Cáritas, as Misericórdias e tantas outras Instituições de Solidariedade espalhadas pelo país lá vão mitigando as necessidades básicas dessas pessoas, nomeadamente alimentando-as. E hoje, para além dos carenciados tradicionais, já há casais que pertenceram a uma classe média e a uma classe média alta que têm procurado o apoio dessas instituições. Embora estas tenham uma importância fundamental, o facto é que os apoios sociais não conseguem, por si só, combater o problema da pobreza. São necessárias estratégias para que as pessoas possam voltar ao mercado de trabalho. E o objectivo de reduzir a pobreza não está a ser levado a sério.

Em comunicado, a EAPN - Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, afirmou que "as políticas macroeconómicas têm prejudicado o consumo e têm gerado um aumento da pobreza, minando as bases do Estado social. O fosso das desigualdades está a aumentar por via do ataque aos níveis de rendimento (salários e apoios ao rendimento) e do falhanço ao nível de uma distribuição mais justa, por meio de uma tributação progressiva".

Não posso estar mais de acordo. O alerta da EAPN reflecte o problema de fundo: "está em causa a coesão social e a estabilidade". Ao que acrescento, "a pobreza e a democracia são incompatíveis".


quinta-feira, outubro 17, 2013

Sorteios, promoções e brindes é tudo o que o meu povo gosta



"Enlouqueceste?", "Passaste-te para o outro lado?", "Àquela hora em que estavas a escrever, estavas mesmo acordado?" ou "Aquilo foi escrito com ironia ... certo?" foram algumas das interrogações que recebi de Amigos que se mostraram preocupados com o que escrevi no meu post de ontem.

Sosseguem, Queridos Amigos, que eu estava bem acordado àquela hora (como poderia não estar?) e que, sim, para não entrar em profunda depressão resolvi empregar a ironia. Aliás, até ontem, eu julgava que havia três tipos de pessoas: as que gostaram das medidas severas do novo OE, as que não gostaram mesmo e as que não gostando ainda achavam que tanta austeridade, se calhar, era uma inevitabilidade. Pois bem, resolvi que eu passaria a estar integrado num outro grupo formado por pessoas que acharam as medidas tremendamente injustas (muitas delas estúpidas porque não vão passar no TC ou, se forem aplicadas, não vão resultar), e que por acreditarem que existem alternativas, podemos escolher uma das duas opções: ou atiramo-nos de uma ponte (eram uns quantos a menos a pesar nas contas do Estado) ou tentamos levar a coisa com alguma ironia (tanto quanto é possível, face às circunstâncias). Eu optei pela segunda hipótese.
Mas se ontem eu passei a ideia de estar feliz com o desastre que nos vai cair sobre as cabeças já em Janeiro próximo, hoje quero - à séria - mostrar a minha esperança por uma medida que o Governo lançou para nos fazer acreditar que nem tudo é tão ruim. De que falo? De uma notícia que foi posta a circular "Governo sorteia prémios com valor global anual até 10 milhões a quem pedir facturas". Um (novo) sorteio que abrange as pessoas que tenham pedido facturas e ajudado, com isso, a evitar a evasão fiscal.

Depois de, em 2013, o Governo (sempre a pensar no bem-estar dos cidadãos) ter criado um regime de dedução em sede de IRS, correspondente a 5% do IVA pago por cada contribuinte nas facturas de oficinas de automóveis, alojamentos, restauração e cabeleireiros e de, já em Maio deste ano, ter passado o incentivo de 5 para 15% do IVA pago (embora tenha mantido o limite máximo nos 250 euros. Convém não abusar), lançou agora este "sorteio" que, acho eu, ainda ninguém sabe em que consiste.

Diz-se que é “um sorteio específico para a atribuição de um prémio às pessoas singulares com um número de identificação fiscal associado a uma factura” que tenha sido comunicada à Autoridade Tributária. Mas, claro, que o que se percebe é que, mais uma vez, vamos ser promovidos a fiscais do Estado para tentar impedir a fraude e a evasão fiscais. Só que, como se trata de um sorteio (de que não se conhecem as regras, insisto), é preciso sorte para se ganhar o prémio. Prémio que poderá ser pago não sei se em dinheiro ou em géneros. Da minha parte, (embora agradecendo ao Governo o ter-se lembrado de mim uma vez mais ... sempre que precisa) e porque não tenho sorte ao jogo, não fico com grandes expectativas. Vamos ver. O que sei é que sorteios, promoções e brindes é tudo o que o meu povo gosta!


quarta-feira, outubro 16, 2013

A proposta de OE para 2014? Acho que não é má ...





Ainda estou atordoado com as medidas anunciadas há horas pelo Governo e que constam da proposta de Orçamento de Estado para 2014. Por isso, por escrever "a quente", peço a vossa indulgência para qualquer disparate que eu escreva, resultante da falta de estudo aprofundado sobre tão extenso assunto.

Mas, numa primeira análise, devo dizer que fiquei orgulhoso por poder participar em mais este esforço monumental que nos vai ser exigido no próximo ano e que é "fundamental" para fechar o actual programa de ajustamento. Pelo menos foi o que disse a Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

Aliviado foi como me senti ao saber que o corte salarial que vai atingir 90% dos funcionários públicos vai ser transitório. Só não ouvi por quanto tempo essa transitoriedade vai durar. Mas todos sabemos que no nosso país as situações transitórias tendem a eternizar-se. Ainda assim, a nova tabela salarial da função pública só vai implicar cortes que vão dos 2,5% aos 12% e só visa os salários superiores a 600 euros o que, como se sabe, já é um ordenadão ... em Portugal.

Não posso dizer que ficasse descontente com a continuação da chamada Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), que já este ano foi aplicada a todos os rendimentos provenientes de pensões ou equivalentes. Afinal, já estávamos habituados a ela e é uma contribuiçãozita que não passa dos 3,5% aos 10%. Coisa pouca.

Também esfreguei as mãos de contente ao saber que, por ter um carro a gasóleo, vou ter um novo imposto para pagar (para além do Imposto Único de Circulação, que vai ser actualizado em 1%) e que a contribuição do audiovisual sobe 27 cêntimos, muito embora eu pague televisão por cabo.
E não falo agora na tabela dos cortes nas pensões do Estado porque já é tarde e porque exige uma análise mais cuidada. Nem falo no aumento do desemprego de 0,3% ... que é coisa menor.

Palpita-me, contudo, que esta proposta de OE para 2014 vai ter algumas normas que vão ser consideradas inconstitucionais pelo Tribunal Constitucional. Mais umas, muito embora já estejamos habituados ao mau feitio dos juízes do Constitucional.
 
O que, porém, me deixou verdadeiramente atónito é que em 2013 o OE foi estruturado no sentido de um violento aumento de impostos, enquanto que o do próximo ano é direccionado para uma brutal redução da despesa do Estado. Redução de despesa essa que vai ser feita, sobretudo, com cortes de vencimentos e pensões, o que, não deixa de ser um novo imposto. Sim, porque para as famílias, terem que pagar mais impostos ou verem reduzidos salários e pensões que diferença faz?


 

terça-feira, outubro 15, 2013

O amola-tesouras




Estranhei quando, há dias, ouvi um som familiar que vinha da rua. Uma "melodia" inconfundível anunciava a presença de um amola-tesouras. E estranhei, sobretudo, porque os calores de verão ainda não nos abandonaram (mesmo com a ocorrência de umas chuvas breves) e os amola-tesouras só costumavam aparecer no começo do Inverno. Daí a velha ideia de que quando apareciam a chuva estava para chegar.

Claro que me assomei à janela. Queria observar se os meus vizinhos acorriam aos seus serviços, tanto mais que a sociedade de consumo em que nos transformámos há muito, praticamente dispensou os préstimos de quem ia (ou ainda vai) ao domicílio para afiar facas e tesouras, remendar panelas e tachos rotos ou para colocar "gatos" em pratos, saladeiras ou leiteiras de louça que estavam rachados. Para os mais novos (ou para os mais esquecidos) devo dizer que nesses "tempos imemoriais" (embora não seja necessário recuar muitas décadas) era normal mandar-se arranjar a loiça que se partia em pedaços, aplicando exactamente os tais "gatos"(ver fotografia em baixo) que unia os cacos. Mas os amola-tesouras prestavam um outro serviço importante: consertavam guarda-chuvas. Talvez venha daí a ligação que se fazia entre os profissionais dos arranjos e a chuva.

É difícil explicar o tal som que anunciava os amola-tesouras. Provinha do deslizar da boca por uma gaita de beiços, primeiro num sentido e depois no contrário, percorrendo totalmente a escala musical, dela extraindo uma melodia estridente e inconfundível.
 
 
Outros tempos, dirão. Talvez! Vivemos, de facto, tempos em que quase tudo é descartável. O que se estraga deita-se fora e, sem problemas, compramos coisas novas. Só que a realidade actual e as cada vez maiores dificuldades sentidas pelas pessoas poder-nos-ão fazer recuar no tempo e ter que ficar mais atentos ao tal som característico dos amola-tesouras.




segunda-feira, outubro 14, 2013

"Se tivesse uma reforma um pouco maior, o que fazia?"



Foi, finalmente, explicada a forma como vai ser efectuado o anunciado corte das pensões de sobrevivência. Sabemos, agora, como e a quem vão ser feitos esses cortes, embora nem todas as situações tenham sido ainda esclarecidas. Só que (entre as fugas de informação e a descoordenação do Governo) essa explicação demorou demasiado tempo a ser dada. Quem sofreu com isso, claro está, foi a maioria dos viúvos que andava aterrorizada com a quase certa redução da sua (já pequena) pensão. Um terrorismo psicológico inaceitável.

No "Público" do último sábado li um excelente artigo da jornalista Andreia Sanches, intitulado "Viúvas, pensionistas, sobreviventes. Também me vão cortar a mim?". Nele se dão conta casos reais. De, por exemplo, várias viúvas que tendo baixas pensões de sobrevivência (e algumas, também, baixas reformas) ainda têm que sustentar filhos desempregados e respectivos agregados familiares. E todas elas estavam em pânico perante a catástrofe eminente de um novo corte nas pensões.

Lembro que em 2012 o valor médio das pensões de sobrevivência era de 216 euros. E, para além, de qualquer corte em pensões tão baixas fazer uma diferença dos diabos, conviria não esquecer que os mortos também têm direitos. É que, não esqueçamos, houve alguém que trabalhou e descontou e, nesse desconto, uma parte era já a contar com uma eventual pensão de sobrevivência. Porém, nestes tempos conturbados, parece valer tudo. Até a supressão, pura e simples, da pensão, em função da situação económica dos beneficiários. Mesmo que estes apenas tenham de rendimento umas escassas centenas de euros ...
 
Mas como se não chegasse já a tristeza de sentir o sofrimento de quem está em situação tão débil - pela idade, pelas doenças, pela solidão, pelas dificuldades em optar pelos remédios que vão comprar (sim, porque não há dinheiro para todos), pelas rendas de casa que subiram imenso com a nova lei, por não terem quem os defenda - impressionou-me, de sobremaneira, a forma como reagiu a maioria das pessoas ouvidas pela jornalista quando foi colocada a pergunta:

"Se tivesse uma reforma um pouco maior, o que fazia?"

E a resposta mais ouvida foi: "Comia melhor".

quinta-feira, outubro 10, 2013

"Não confio na minha geração nem para se governar a ela própria"



Gosto de ler os textos do Pedro Bidarra. Publicitário, psicossociólogo, pianista e produtor que já foi (passei muito tempo da minha vida a aturar outros ... e agora escrevinhador e escritor ... agora, só me aturo a mim). É uma pessoa interessante ....

Ainda no rescaldo das últimas eleições autárquicas, com o novo ciclo do poder local que se abre - das esperanças que se renovam e dos medos que perduram face ao que tem acontecido - lembrei-me de um texto que ele publicou no "Dinheiro Vivo" em Abril deste ano. Muitos dos leitores rever-se-ão neste texto. Dizia então:


"A geração que fez o 25 de Abril era filha do outro regime. Era filha da ditadura, da falta de liberdade, da pobre e permanente austeridade e da 4.ª classe antiga.

Tinha crescido na contenção, na disciplina, na poupança e a saber (os que à escola tinham acesso) Português e Matemática.

A minha geração era adolescente no 25 de Abril, o que sendo bom para a adolescência foi mau para a geração.

Enquanto os mais velhos conheceram dois mundos – os que hoje são avós e saem à rua para comemorar ou ficam em casa a maldizer o dia em que lhes aconteceu uma revolução – nós nascemos logo num mundo de farra e de festa, num mundo de sexo, drogas e rock & roll, num mundo de aulas sem faltas e de hooliganismo juvenil em tudo semelhante ao das claques futebolísticas mas sob cores ideológicas e partidárias. O hedonismo foi-nos decretado como filosofia ainda não tínhamos nem barba nem mamas.

A grande descoberta da minha geração foi a opinião: a opinião como princípio e fim de tudo. Não a informação, o saber, os factos, os números. Não o fazer, o construir, o trabalhar, o ajudar. A opinião foi o deus da minha geração. Veio com a liberdade, e ainda bem, mas foi entregue por decreto a adolescentes e logo misturada com laxismo, falta de disciplina, irresponsabilidade e passagens administrativas.

Eu acho que minha geração é a geração do “eu acho”. É a que tem controlado o poder desde Durão Barroso. É a geração deste primeiro-ministro, deste ministro das Finanças e do anterior primeiro-ministro. E dos principais directores dos media. E do Bloco de Esquerda e do CDS. E dos empresários do parecer – que não do fazer.

É uma geração que apenas teve sonhos de desfrute ao contrário da outra que sonhou com a liberdade, o desenvolvimento e a cidadania. É uma geração sem biblioteca, nem sala de aula mas com muita RGA e café. É uma geração de amigos e conhecidos e compinchas e companheiros de copos e de praia. É a geração da adolescência sem fim. Eu sei do que falo porque faço parte desta geração.

Uma geração feita para as artes, para a escrita, para a conversa, para a música e para a viagem. É uma geração de diletantes, de amadores e amantes. Foi feita para ser nova para sempre e por isso esgotou-se quando a juventude acabou. Deu bons músicos, bons actores, bons desportistas, bons artistas. E drogaditos. Mas não deu nenhum bom político, nem nenhum grande empresário. Talvez porque o hedonismo e a diletância, coisas boas para a escrita e para as artes, não sejam os melhores valores para actividades que necessitam disciplina, trabalho, cultura e honestidade; valores, de algum modo, pouco pertinentes durante aqueles anos de festa.

Eu não confio na minha geração nem para se governar a ela própria quanto mais para governar o país. O pior é que temo pela que se segue. Uma geração que tem mais gente formada, mais gente educada mas que tem como exemplos paternos Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, Passos Coelho, António J. Seguro, João Semedo e companhia. A geração que aí vem teve-nos como professores. Vai ser preciso um milagre. Ou então teremos que ressuscitar os velhos.

Um milagre, lá está".
 

quarta-feira, outubro 09, 2013

São legítimas as pressões sobre o Tribunal Constitucional?




Pergunto-me, há muito, se é legítimo que se faça qualquer tipo de pressão sobre um órgão de soberania como o Tribunal Constitucional. E, com toda a franqueza, acho que não. É que se ele existe e tem uma função perfeitamente definida - interpretar se as leis cumprem o estipulado na Constituição - é isso que tem que continuar a fazer, independentemente das pressões e dos resultados serem, ou não, os mais convenientes para quem Governa.

Ao contrário da opinião expressa por muitos comentadores que tenho lido e ouvido, que defendem que o TC deveria ter uma análise que se adequasse mais ao estado debilitado em que o nosso país se encontra - sem soberania - eu penso que os juízes devem fazer as suas análises utilizando os mesmos critérios de quando existe normalidade e o poder soberano não é detido, como agora, pelos nossos credores.

Não acompanho, pois, esse pensamento. Com ou sem soberania, a Constituição que temos continua a ser a nossa Lei Fundamental e é com base nela que a análise das leis apresentadas ao Tribunal Constitucional tem que continuar a ser feita. Isto, apesar de todas as pressões sobre o TC que são feitas pelo Governo, pelos partidos e, agora, até pela troika. Às vezes, de uma forma demasiado ostensiva e completamente injustificada.


terça-feira, outubro 08, 2013

Machete, e agora?




Depois de várias embrulhadas em que se meteu (sem que o tivessem "empurrado" para isso), Rui Machete jamais conseguirá passar despercebido. Marcelo Rebelo de Sousa no último domingo na TVI comentou que o actual Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros "é um chuchu para oposição, um alvo fácil". E tem toda a razão.

A polémica e desastrosa entrevista à rádio pública angolana em que Machete pediu "diplomaticamente desculpa" pelas investigações do Ministério Público português a empresários angolanos, são o culminar de outras trapalhadas em que se viu envolvido por culpa própria, em pouco mais de dois meses de Governo. O que custa a entender num homem com a sua experiência política de muitos anos.

E, agora, como ficamos? Será que Passos Coelho vai mandá-lo embora ou ele vai sair pelo seu próprio pé? Ou, quem sabe, Cavaco Silva possa finalmente usar a sua famosa "magistratura de influência" para obrigar o Primeiro-Ministro a despedi-lo? Provavelmente nada disto vai acontecer e Machete vai continuar firme e tranquilo até perceber que o modo de fazer política hoje não é o mesmo (nem lá perto) de há 30 anos, quando também foi Ministro e o escrutínio da imprensa e da opinião pública era muito diferente.

Na infeliz entrevista que deu, Machete envergonhou o Governo e o país inteiro. É, de facto, extraordinário que o Ministro dos Negócios Estrangeiros tenha comentado processos judiciais, ainda por cima no próprio país de onde são originárias as pessoas que estão a ser investigadas. Em Angola ou noutro país qualquer. Mas o caso ainda parece mais estranho quando se sabe que Rui Machete trabalhou como consultor até Julho passado no escritório de advogados que representa judicialmente alguns dos cidadãos angolanos que estarão a ser investigados pelo Departamento Central de Investigação Criminal. Singular coincidência, não é?

segunda-feira, outubro 07, 2013

Matem-nos de uma vez ...



Como se já não chegasse o agravamento das medidas de austeridade previstas para 2014, anunciadas em Maio deste ano, soube-se ontem pela TSF que se vão verificar uns cortes nas pensões de sobrevivência, prestação atribuída a viúvos e viúvas. Uma medida que segundo aquela estação de rádio foi assumida pelo Governo durante as oitava e nona avaliações do programa de ajustamento com o objectivo de poupar 100 milhões de euros. É indigno, é imoral, é miserável!

Quando, há dias, Paulo Portas afirmava que não ia haver a famigerada TSU dos pensionistas, esqueceu-se de dizer que, afinal, sempre ia haver a TSU para os viúvos e para as viúvas.

Ainda não se sabe ao certo em que moldes vai ser feito este corte ignóbil mas pensa-se que, na maioria dos casos, pode haver uma redução de 60 ou 70% do valor da pensão. Ou seja, é bem provável que o Estado venha a somar a pensão de reforma à de sobrevivência e defina um valor a partir do qual a segunda pensão será diminuída. Ainda que fontes oficiais admitam a existência de cortes progressivos, isto é, que venham a atingir sobretudo os beneficiários com pensões mais elevadas continuo a afirmar que é miserável.

Sabe-se que o Estado gasta anualmente cerca de 2700 milhões de euros com pensões de sobrevivência. Mas, sendo a maioria das pensões de reduzido valor, como irão sobreviver muitas dessas pessoas? Ao menos, matem-nos de uma vez ...


sexta-feira, outubro 04, 2013

Estou farto de espertalhões ...




Esta é mais uma das situações em que não sei o que me irrita mais. Se a chicoespertisse de alguns se a inoperância e a incompetência dos políticos.

Já durante a última campanha autárquica um senhor Presidente de Junta de Freguesia, impossibilitado pela lei de limitação de mandatos em concorrer de novo à Junta onde presidia há mais de 20 anos, tinha anunciado publicamente que, desta vez, seria a sua mulher a concorrer e ele apareceria como número 2. Se, por acaso, ela viesse a renunciar, então ele assumiria a presidência. Eu próprio ouvi estas declarações que fez a uma televisão. E até me lembro de ter sentido um toque de ironia quando acrescentou "isto, se a lei o permitir, claro". Puro descaramento.

Mas tudo é possível quando as leis são feitas de uma forma - por má-fé ou incompetência - que tudo permitem. E permitiram precisamente que uma vez eleita, a senhora Presidente e também advogada, renunciasse ao cargo e o marido (de forma sacrificada) tenha que voltar a ser Presidente.

Bem podem agora dizer que "o homem só mostrou que é inteligente. Se não queriam confusões destas, que tivessem alterado a lei" ou que "lembre-se que ele não enganou ninguém e que, se não fosse bom presidente, não teriam votado nele outra vez".

Não sei se será bem assim porque, quer em comícios quer em cartazes de campanha, a senhora nunca apareceu. E isso parece-me relevante.

A lei era suficientemente clara? Não! E ele tinha legitimidade para actuar desta forma? Também não! É que se não enganou os eleitores, terá, no mínimo, violado o espírito da polémica lei que visava impedir durante o próximo quadriénio as recandidaturas aos órgãos autárquicos de quem tivesse cumprido três mandatos consecutivos.

Vários constitucionalistas dizem que estamos perante um acto claramente ilegal. Mas, face às interpretações possíveis em muitas leis, não me admiraria ver algum tribunal sentenciar precisamente o contrário.

quinta-feira, outubro 03, 2013

"Canção do Amor Imprevisto"


Mário de Miranda Quintana (1906 - 1994) foi um poeta, jornalista e tradutor brasileiro. Considerado o "poeta das coisas simples", tinha um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica.


De Mário Quintana

"Canção do Amor Imprevisto"


Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atónita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.


quarta-feira, outubro 02, 2013

É por estas e por outras que se odeia tanto a matemática ...




Esta é mais uma demonstração de como, feitas as contas, os resultados nem sempre correspondem ao esperado. Mesmo que se diga que, em matemática, dois mais dois são quatro.

Com a resolução da seguinte equação, pretende-se saber quem é o grande exemplo da sua vida. Faça lá as continhas e ser-lhe-á revelado o seu verdadeiro ídolo!
 
 
 
1) Escolha o número preferido de 1 a 9;

2) Multiplique-o por 3;

3) Some 3 ao resultado;

4) Multiplique o resultado por 3;

5) Some os dígitos do resultado.

 
Veja, agora, o número que corresponde ao seu exemplo de vida :


1. Albert Einstein

2. Nelson Mandela

3. Ayrton Senna

4. Helen Keller

5. Bill Gates

6. Gandhi

7. George Clooney

8. Thomas Edison

9. Passos Coelho

10. Abraham Lincoln

 

Se não lhe agradou o resultado, tente escolher outros números.

Teve o mesmo resultado? Então, admita que não ter votado no homem e andar a dizer mal dele não chega ...

terça-feira, outubro 01, 2013

Contradições ...



Afinal a história da crise não é exactamente como os telejornais nos relatam todos os dias, em que assistimos aos detalhes mais dramáticos vividos pelas pessoas. E tanto assim é que foram agora presos em Lisboa três italianos que se entretinham a roubar relógios caros a automobilistas que circulavam nas zonas compreendidas entre as Amoreiras, Marquês de Pombal, avenida Fontes Pereira de Melo e Saldanha, de bracitos apoiados nas janelas dos carros para que, assim, melhor pudessem ostentar o brilho dos seus magníficos relógios.

Pelos vistos, o negócio era muito rentável. De outro modo não teriam vindo propositadamente de Nápoles, de onde traziam os motociclos que usavam nos assaltos aos desgraçados portugueses que "não tinham onde cair mortos". Verdade seja dita, os italianos mostraram-se uns profissionais competentes. Conseguiram, com toda a limpeza, "aliviar" os nossos aflitos e acabrunhados (com a crise, já se vê) concidadãos, donos de relógios de marca de valor elevado. O que mostra ao mundo que mesmo pobrezinhos, pobrezinhos, continuamos a ter um gosto requintado.