Há já uns quantos anos que ando a pensar qual será a melhor forma de enriquecer, se possível rapidamente, e sem ser à custa da venda de drogas e de armas.
Consultei imensos sítios na Internet, falei com amigos, tentei aliciar futuros sócios para eventuais negócios, mas as oportunidades nunca se mostraram suficientemente aliciantes. E um dos motivos que mais dificultava o arranque do “tal negócio” esbarrava inevitavelmente na burocracia excessiva de que, afinal, todos se queixam. Nomeadamente na criação e legalização de uma empresa. Sim, porque a criação de uma empresa parecia-me ser o primeiro passo a dar.
Os esforços, no entanto, foram compensados. Descobri que há um país onde constituir uma empresa demora, em média, uma hora e treze minutos, onde são criadas, por via informática, 20 empresas por dia, onde cerca de 15% das empresas já nascem desta maneira e onde o custo de todo o processo é de, apenas, 360 euros.
Aposto que já estão a imaginar que o país onde tudo isto acontece é nos Estados Unidos, ou na Suécia ou no Japão.
Mas enganaram-se, meus amigos, esse país milagroso é o nosso, isso é possível fazer-se aqui em Portugal. E o projecto (Empresas na Hora) que permitiu este sucesso está em vigor desde 14 de Julho do ano passado e guindou Portugal ao primeiro lugar da tabela europeia dos países onde a constituição de empresas é mais rápida.
Descobri que podia criar uma pequena ou média empresa em tão pouco tempo e com um só formulário.
O primeiro passo estava dado, mas não era ainda o suficiente para poder enriquecer. E depressa, como referi.
E porque não consta que se consiga enriquecer rapidamente sem ser com recurso a meios “pouco ortodoxos”, pensei que o que seria bom era se, depois de ter uma empresa devidamente legalizada, depois de ter conseguido reunir o crédito necessário junto da Banca e dos fornecedores, conseguisse, em pouco tempo, provocar a falência da minha empresa.
Claro que já perceberam que isto é, apenas, fruto da minha fértil imaginação, ou, quando muito, o resultado de ver tantos filmes, porque o que acabo de dizer nunca seria possível acontecer aqui em Portugal, onde toda a gente sabe que todos os empresários são sérios e que bla-bla-bla,, bla-bla-bla,.
Bem, no nosso país, é capaz de ter havido um ou outro caso desse tipo. Aliás, lembro-me de ter visto uma entrevista que a televisão fez a um empresário que fechou a fábrica têxtil e ficou a dever aos empregados, aos fornecedores, ao Fisco e à Segurança Social. O homem encerrou a fábrica e uma semana depois abriu uma outra na mesma localidade, contratou uns operários (alguns dos quais que vieram da outra fábrica) e começou imediatamente a laborar.
Quando a jornalista lhe colocou a questão de ele ter ficado a dever a tanta gente, ele, com a maior desfaçatez, respondeu que ela estava enganada, quem devia esse dinheiro era a empresa que estava falida e não ele, portanto, ele nada tinha nada a ver com o assunto …
Recuperando o fio à meada (fruto apenas da minha imaginação, como já disse), tinha a empresa legalizada, tinha o crédito, começara a trabalhar e, de repente, zás … ia tudo para a falência.
Ora, sabe-se que no nosso país, as falências demoram, em média, uma década e durante o processo desaparece quase um terço dos activos do que se está a liquidar. Como a Lei das Falências dá primazia aos pagamentos ao Fisco, à Segurança Social e aos trabalhadores, a maioria dos parceiros do negócio, os credores, conseguem na melhor das hipóteses recuperar menos de 10% das dívidas a que tinham direito, quando não, arcam com o prejuízo na totalidade.
Ou seja, pouco mais de uma hora para constituir uma empresa e dez anos para sepultá-la e com as vantagens (para os prevaricadores, já se vê) que descrevi. É ou não é uma grande ideia?
Claro que isto nunca daria certo, nunca poderia acontecer. Só estava mesmo a pensar, a pensar nada mais…
Consultei imensos sítios na Internet, falei com amigos, tentei aliciar futuros sócios para eventuais negócios, mas as oportunidades nunca se mostraram suficientemente aliciantes. E um dos motivos que mais dificultava o arranque do “tal negócio” esbarrava inevitavelmente na burocracia excessiva de que, afinal, todos se queixam. Nomeadamente na criação e legalização de uma empresa. Sim, porque a criação de uma empresa parecia-me ser o primeiro passo a dar.
Os esforços, no entanto, foram compensados. Descobri que há um país onde constituir uma empresa demora, em média, uma hora e treze minutos, onde são criadas, por via informática, 20 empresas por dia, onde cerca de 15% das empresas já nascem desta maneira e onde o custo de todo o processo é de, apenas, 360 euros.
Aposto que já estão a imaginar que o país onde tudo isto acontece é nos Estados Unidos, ou na Suécia ou no Japão.
Mas enganaram-se, meus amigos, esse país milagroso é o nosso, isso é possível fazer-se aqui em Portugal. E o projecto (Empresas na Hora) que permitiu este sucesso está em vigor desde 14 de Julho do ano passado e guindou Portugal ao primeiro lugar da tabela europeia dos países onde a constituição de empresas é mais rápida.
Descobri que podia criar uma pequena ou média empresa em tão pouco tempo e com um só formulário.
O primeiro passo estava dado, mas não era ainda o suficiente para poder enriquecer. E depressa, como referi.
E porque não consta que se consiga enriquecer rapidamente sem ser com recurso a meios “pouco ortodoxos”, pensei que o que seria bom era se, depois de ter uma empresa devidamente legalizada, depois de ter conseguido reunir o crédito necessário junto da Banca e dos fornecedores, conseguisse, em pouco tempo, provocar a falência da minha empresa.
Claro que já perceberam que isto é, apenas, fruto da minha fértil imaginação, ou, quando muito, o resultado de ver tantos filmes, porque o que acabo de dizer nunca seria possível acontecer aqui em Portugal, onde toda a gente sabe que todos os empresários são sérios e que bla-bla-bla,, bla-bla-bla,.
Bem, no nosso país, é capaz de ter havido um ou outro caso desse tipo. Aliás, lembro-me de ter visto uma entrevista que a televisão fez a um empresário que fechou a fábrica têxtil e ficou a dever aos empregados, aos fornecedores, ao Fisco e à Segurança Social. O homem encerrou a fábrica e uma semana depois abriu uma outra na mesma localidade, contratou uns operários (alguns dos quais que vieram da outra fábrica) e começou imediatamente a laborar.
Quando a jornalista lhe colocou a questão de ele ter ficado a dever a tanta gente, ele, com a maior desfaçatez, respondeu que ela estava enganada, quem devia esse dinheiro era a empresa que estava falida e não ele, portanto, ele nada tinha nada a ver com o assunto …
Recuperando o fio à meada (fruto apenas da minha imaginação, como já disse), tinha a empresa legalizada, tinha o crédito, começara a trabalhar e, de repente, zás … ia tudo para a falência.
Ora, sabe-se que no nosso país, as falências demoram, em média, uma década e durante o processo desaparece quase um terço dos activos do que se está a liquidar. Como a Lei das Falências dá primazia aos pagamentos ao Fisco, à Segurança Social e aos trabalhadores, a maioria dos parceiros do negócio, os credores, conseguem na melhor das hipóteses recuperar menos de 10% das dívidas a que tinham direito, quando não, arcam com o prejuízo na totalidade.
Ou seja, pouco mais de uma hora para constituir uma empresa e dez anos para sepultá-la e com as vantagens (para os prevaricadores, já se vê) que descrevi. É ou não é uma grande ideia?
Claro que isto nunca daria certo, nunca poderia acontecer. Só estava mesmo a pensar, a pensar nada mais…