Pode parecer estranho mas a verdade é que em muitos concursos que vemos na televisão, as perguntas podem ter várias respostas certas.
Pelo menos foi o que aconteceu em Fevereiro de 2000, no concurso “Quem quer ser milionário?”, na altura apresentado por Carlos Cruz. Jogava-se, então, para 7,5 milhões de escudos.
Pergunta: "Qual destas personagens de banda desenhada foi mais vezes recriada pelo cinema? a) Zorro b) Super-Homem c) Tarzan d) Batman"?
Resposta do concorrente: Tarzan.
Resultado: O computador considerou como certa a alínea a) Zorro e o concorrente foi eliminado.
Nada satisfeito por ser afastado, tanto mais que tinha a certeza que a sua resposta estava correcta, o concorrente contactou a produção do programa, que lhe enviou uma cópia do livro que usou como fonte, onde era indicava como certa a resposta Zorro.
Depois de consultar vários livros, a Cinemateca e o Guinness Book of Film (considerado uma das maiores fontes de conhecimento sobre cinema no mundo) o concorrente chegou à conclusão que Tarzan foi recriado em 83 filmes e Zorro apenas em 65.
Processou, então, a RTP e a produtora do concurso. Depois de vários recursos que se arrastaram no tempo, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu, agora, que o concorrente não tinha razão. Explicando melhor, embora ele tivesse dado uma resposta certa, foi bem eliminado porque:
- Há elementos que confirmam ambas as respostas, e
- o concorrente assinou uma declaração "renunciando a qualquer recurso sobre a matéria"
Perante tão “justo” acordão, fica-se a pensar porque é que, afinal, o concorrente foi afastado se ele até tinha dado a resposta correcta. Não se entende que o Supremo alegue que havia uma outra resposta certa, porque isso, não invalida a correcção da resposta dada pelo concorrente.
Quanto a mim, a única coisa que o condenou realmente, e desde o início, foi o facto de ele ter assinado - antes da participação no concurso - a malfadada declaração. Tanto mais que, nesse momento, lhe era completamente impossível imaginar que poderia haver duas respostas certas e, apenas uma, seria a preferida da RTP.
Aliás, a possibilidade de haver mais de que uma resposta certa nas diversas perguntas e a existência da uma declaração em que os concorrentes se comprometem a renunciar a qualquer recurso, deixa em aberto a possibilidade dos promotores dos concursos não virem a pagar qualquer prémio.
Quanto ao caso em questão, sem haver mais lugar para recursos, o concorrente só se pode queixar de uma “justiça injusta” que, ainda por cima, o obrigou a pagar as custas judiciais.
Pelo menos foi o que aconteceu em Fevereiro de 2000, no concurso “Quem quer ser milionário?”, na altura apresentado por Carlos Cruz. Jogava-se, então, para 7,5 milhões de escudos.
Pergunta: "Qual destas personagens de banda desenhada foi mais vezes recriada pelo cinema? a) Zorro b) Super-Homem c) Tarzan d) Batman"?
Resposta do concorrente: Tarzan.
Resultado: O computador considerou como certa a alínea a) Zorro e o concorrente foi eliminado.
Nada satisfeito por ser afastado, tanto mais que tinha a certeza que a sua resposta estava correcta, o concorrente contactou a produção do programa, que lhe enviou uma cópia do livro que usou como fonte, onde era indicava como certa a resposta Zorro.
Depois de consultar vários livros, a Cinemateca e o Guinness Book of Film (considerado uma das maiores fontes de conhecimento sobre cinema no mundo) o concorrente chegou à conclusão que Tarzan foi recriado em 83 filmes e Zorro apenas em 65.
Processou, então, a RTP e a produtora do concurso. Depois de vários recursos que se arrastaram no tempo, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu, agora, que o concorrente não tinha razão. Explicando melhor, embora ele tivesse dado uma resposta certa, foi bem eliminado porque:
- Há elementos que confirmam ambas as respostas, e
- o concorrente assinou uma declaração "renunciando a qualquer recurso sobre a matéria"
Perante tão “justo” acordão, fica-se a pensar porque é que, afinal, o concorrente foi afastado se ele até tinha dado a resposta correcta. Não se entende que o Supremo alegue que havia uma outra resposta certa, porque isso, não invalida a correcção da resposta dada pelo concorrente.
Quanto a mim, a única coisa que o condenou realmente, e desde o início, foi o facto de ele ter assinado - antes da participação no concurso - a malfadada declaração. Tanto mais que, nesse momento, lhe era completamente impossível imaginar que poderia haver duas respostas certas e, apenas uma, seria a preferida da RTP.
Aliás, a possibilidade de haver mais de que uma resposta certa nas diversas perguntas e a existência da uma declaração em que os concorrentes se comprometem a renunciar a qualquer recurso, deixa em aberto a possibilidade dos promotores dos concursos não virem a pagar qualquer prémio.
Quanto ao caso em questão, sem haver mais lugar para recursos, o concorrente só se pode queixar de uma “justiça injusta” que, ainda por cima, o obrigou a pagar as custas judiciais.