sexta-feira, dezembro 19, 2008

Boas Festas e Bom Ano Novo


Neste Natal de 2008, quero


partilhar convosco o meu presépio




e desejar-vos a todos

Saúde,
Paz e
Amor



BOAS FESTAS!
BOM ANO NOVO!

quarta-feira, dezembro 17, 2008

E quem lutará por eles?

Ainda há pouco tempo escrevi neste espaço que as ondas de protesto oriundas das confederações patronais e dos sindicatos mais fortes poderiam vir a destabilizar o Estado, levando o Governo a fazer cedências sucessivas.

Depois das ameaças de rua patrocinadas pelas empresas de transportes, a escalada de protestos tem vindo a subir de tom e não se sabe até onde poderá ir. As exigências dos professores, dos magistrados, dos trabalhadores da higiene urbana, dos médicos e de vários outros grupos já se fizeram ouvir.

E o problema nem é o de satisfazer e o de acudir a tanta reindivicação. A questão é a de se saber onde se vai buscar mais e mais dinheiro e como é que a distribuição por alguns pode vir a prejudicar a atribuição a muitos outros, porventura mais necessitados e, de certeza, com menos possibilidades de se fazer escutar.

É o caso dos reformados e dos pensionistas. Não, obviamente, de todos. Não dos que têm reformas de luxo nem dos muitos que auferem míseras reformas e pensões para quem o Estado, apesar de tudo – e justamente - ainda vai olhando. Como aconteceu hoje no Parlamento onde o Primeiro-Ministro anunciou que o complemento solidário para idosos vai subir 3,3 por cento em 2009.

Refiro-me aos reformados e pensionistas das chamadas classes média e média-baixa. Mesmo sabendo-se que a esmagadora maioria dessa franja da população ganha reformas escassas, o Estado nada faz para melhorar as suas condições de vida. É cruel dizer-se (e pensar-se) isto mas o facto é que não vale a pena ajudar quem já não produz e já não contribui para a riqueza nacional. Portanto, como há pouco dinheiro, o melhor é investi-lo no sistema financeiro, nas famílias jovens que ainda têm muito tempo para descontarem e terem filhos, nas empresas que criam ou mantêm empregos, na ciência, na escola, nas energias alternativas e em tudo o mais que possa vir a trazer benefícios no futuro ou que, no presente, não crie grandes problemas sociais.

É um ponto de vista e uma escolha. Mas volto a perguntar, e os velhos ou mesmo aqueles que ainda não o sendo, já foram postos à margem do emprego e da sociedade, apesar de terem contribuído para ela ao longo de anos? Esqueceram-se, porventura, de que eles também são credores de dignidade e de atenção?

A verdade é que os reformados e os pensionistas das classes média e média-baixa não têm confederações, nem sindicatos nem, sequer, têm voz. E não a tendo, são sistematicamente esquecidos à sua (má) sorte de grupo que não vale a pena apoiar.

Fala-se muito no esforço do Estado na educação e no emprego para os jovens. Concordo absolutamente com isso. Mas o que dizer em relação aos que já foram jovens, aos que trabalharam, muitos deles, nas mais difíceis condições e durante muitos anos para se sustentarem e sustentar o Estado, que não tiveram as mesmas oportunidades que hoje existem, nem quanto à educação nem quanto ao emprego, o que é que o País tem para lhes dar? Acredito que nada.

A sociedade deve estar muito atenta ao problema. Não por motivos meramente economicistas, em que os eventuais aumentos das reformas poderiam potenciar um maior consumo. Antes pela obrigação de olhar para quem, mais frágil pela idade, pela doença, pelos desafectos e pela falta de perspectivas, já não tem quem lute por si.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Um outro olhar sobre a Banca

O ilustrador e “cartoonista” Gonçalo Viana, apesar de ter formação em arquitectura, dedica-se a tempo inteiro à ilustração e ao “cartoon” desde 2002, depois de ter regressado de Londres, onde trabalhou, colaborando actualmente em diversas publicações portuguesas e estrangeiras.

Já este ano venceu, por unanimidade, o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa 2008, com o “cartoon” “Ponta do Iceberg”, relativo à polémica do Millenium BCP.

Inspirado numa outra polémica – a falta de supervisão do Banco de Portugal (e do seu Governador, o Dr. Victor Constâncio) sobre o BCP e o BPN – publicou agora o cartoon “Ensaio sobre a Cegueira”



Muito bom!

Relato de uma professora de matemática

O texto que se segue – cujo título faz lembrar vagamente o de algum livro do escritor argentino Jorge Luís Borges - chegou-me através de mail e, presumivelmente, tratar-se-á de um relato verdadeiro. Mas, ainda que não o seja, eu sinto – e alguns de pensarão o mesmo – que há muito de verdade na “evolução” do que tem sido o ensino da matemática nestas últimas décadas no nosso país.
Culpa dos professores? Culpa dos estudantes? Culpa de quem pensa e elabora os programas? Se calhar de todos. A verdade, porém, é que existe um sentimento geral de que hoje se sabe menos das matérias incluídas nas disciplinas ditas fundamentais para o conhecimento, nomeadamente a matemática, o português, a geografia e outras.
A propósito, e sem querer atear ainda mais o já quente dossier dos professores, diria ainda, e de certo modo a este propósito, que se soube finalmente esta semana que o modelo de avaliação apresentado pelos sindicatos dos professores mais não é do que um processo de auto-avaliação, cujo resultado, na minha perspectiva, visa juntar num mesmo patamar os bons e os maus professores, os mais experientes e os aprendizes, isto é, pretende que, na prática, nada se altere para que tudo fique como antes.
Mas vamos lá, então, ao relato de uma professora de matemática:
“Na semana passada comprei um produto que custou 1,58€. Dei à empregada 2,00€ e da minha bolsa tirei mais 8 cêntimos, para evitar receber muitas moedas.A pequena pegou no dinheiro e ficou a olhar para a máquina registadora, aparentemente sem saber o que fazer.Tentei explicar que ela tinha que me dar 50 cêntimos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou a contar isto? Porque me dei conta da evolução do ensino da matemática desde 1950, que foi assim:
1. Ensino da matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .Qual é o lucro?
__________________
2. Ensino de matemática em 1970:Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda, ou seja, €80,00.Qual é o lucro?
__________________
3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.O custo de produção desse carro de lenha é € 80,00.Qual é o lucro?
_________________
4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por € 100,00.O custo de produção desse carro de lenha é €80,00.Escolha a resposta certa, que indica o lucro:( )€ 20,00 ( )€40,00 ( )€60,00 ( )€80,00 ( )€100,00.
__________________
5. Ensino de matemática em 2000:Um cortador de lenha vende um carro de lenha por € 100,00.O custo de produção desse carro de lenha é € 80,00.O lucro é de € 20,00.Está certo?( )SIM ( ) NÃO _________________
6. Ensino de matemática em 2008:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.O custo de produção é € 80,00.Se você souber ler coloque um X no€ 20,00.( )€ 20,00 ( )€40,00 ( )€60,00 ( )€80,00 ( )€100,00
O desabafo da professora, para além da ironia implícita, constitui um lancinante grito de revolta e de desespero. Óbviamente, que o subscrevemos por inteiro.

domingo, dezembro 14, 2008

Mas as crianças, Senhor ...

Na azáfama consumista do fim-de-semana, em que tentava efectuar as últimas compras de Natal, deparei com imensas pessoas que tinham estampado nos rostos a ansiedade por não saberem o que comprar para oferecer, por um lado e, por outro, o desespero de sentir que a verba previamente estabelecida para as prendas natalícias, já tinha sido largamente ultrapassada. Sem que tivessem, sequer, a possibilidade de efectuar um orçamento rectificativo.

Juro que ouvi várias pessoas perguntarem aos seus acompanhantes coisas do género “O que é que vamos oferecer à tia? ou “A Joana tem tudo, o que é que havemos de lhe dar?”

A verdade é que, há muito, o genuíno espírito de Natal deu lugar à correria louca das compras e à pressão de se conseguir oferecer prendas agradáveis, úteis e baratas, se possível.


Às tantas, porém, o cansaço bateu-me à porta e tive que parar um pouco para descansar e matar a sede e algum vazio que já me ia pelo estômago. Acabado o petisco, havia que voltar rapidamente à correria anterior, a entrar em todas as lojas possíveis, a enfrentar os empurrões inevitáveis e a encarar as fatais hesitações do não-sei-o-que-fazer.

Antes porém, detive-me junto à enorme árvore de natal daquela catedral do consumo e olhei embevecido para o majestoso pai-natal que acenava para as criancinhas para que tirassem uma fotografia com ele.

E aí, fiquei apavorado ao ver pais “empurrar” os seus filhos, que choravam desalmadamente, para os braços do simpático velhinho das barbas brancas. Miúdos que gritavam com medo, que se agarravam com desespero às calças das mães ou dos pais e que manifestavam claramente que não queriam aproximar-se daquele “monstro” que tocava uma sineta esquisita e que dizia, com voz de trovão, “Oh! Oh! Oh!”.

Nessa altura, não pude deixar de recordar os versos da Balada da Neve, de Augusto Gil

“Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!...”

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Sorridente

Apesar das condições externas e internas serem adversas para o governo, o Primeiro-Ministro José Sócrates tem motivos para andar sorridente.


Relativamente às oposições dentro do seu próprio partido e da área mais à esquerda do PS, vai conseguindo, com habilidade, fazer uma gestão sem grandes sobressaltos. Quanto às oposições da direita, se ao CDS não lhes dá demasiada importância por que ninguém sabe se num futuro próximo não terá que fazer algum tipo de acordo com eles, já ao PSD vai disfrutando tranquilamente as lutas intestinas entre Manuela Ferreira Leite e os seus pares.


E tão sossegado está que chegou a referir “Enquanto isto continuar assim, nós a governarmos, e eles, oposição, a dizer mal, tudo está perfeito".

Feliz e sorridente, portanto.


Ainda por cima, o charmoso Sócrates, acabou de ser nomeado, no último fim-de-semana, pelo magazine do jornal espanhol “El Mundo” o sexto homem mais elegante de 2008. Um “jovem dinâmico, seguro de si mesmo, que faz jogging todas as manhãs e veste fatos Armani”, acrescenta o jornal.


Mais feliz e mais sorridente, ainda.


Por isso não me admira que, com tanta felicidade e com tanto sorriso à mistura, o Primeiro-Ministro tenha proferido – com a segurança que lhe é característica – a frase que todos nós tanto queríamos ouvir: “os portugueses com a descida do preço do petróleo e das taxas de juro vão viver muito, mas muito melhor, em 2009”.


Feliz e sorridente mas, provavelmente, demasiado optimista, não vos parece?




terça-feira, dezembro 09, 2008

A excursão dos deputados

Manuela Ferreira Leite ficou possessa ao saber que 30 deputados da bancada do partido que lidera não estiveram presentes na Assembleia da República na última sexta-feira.

Para além de ser importante para o PSD poder aprovar projectos que derrotariam o partido do governo, a ausência de 30 dos seus 75 dos deputados fez estremecer ainda mais a já frágil e contestada liderança de Ferreira Leite.

Mas não foram só os 30 do PSD. Também no PS 13 deputados não compareceram às votações. Ou muito me engano ou foram nalguma excursão.

É lamentável que os representantes do povo na casa da democracia mostrem tão pouco respeito por quem os elegeu, faltando aos seus compromissos sempre que lhes dá jeito, nomeadamente quando há fins-de semana prolongados.

Claro que o que agora sucedeu não é um fenómeno novo mas, exactamente pela frequência com que acontece, urge pôr fim a tamanha desvergonha e irresponsabilidade.

Como não tenho qualquer poder para acabar com estas situações, posso, pelo menos como cidadão, pensar que isto terminaria rapidamente se à segunda falta não justificada, fossem cassados os mandatos dos senhores deputados.

Tenho a certeza de que com mão dura, a bandalheira findava em três tempos.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

A luz ao fundo do túnel?

Claro que já adivinhava que depois do meu último texto sobre as divergências entre Professores/Sindicatos e o Ministério da Educação iriam “chover” desabafos de alguns amigos que, sobre esta matéria, têm opiniões diferentes das minhas. Pena foi que não quisessem partilhá-las connosco neste espaço.

Durante o fim-de-semana falei também com amigos meus que são professores, e que juram a pés juntos que tudo vai mal no reino da educação e que não há saída possível para este monumental problema, nem mesmo que a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues venha a ser afastada. Afirmam que a Escola não é uma empresa e que, portanto, qualquer tipo de avaliação é praticamente inexequível, para além de que discordam da maior parte das medidas impostas por este Governo. Por conseguinte, a coisa está preta e, aparentemente, sem fim à vista.

Mas, permitam-me a franqueza, a política dos braços caídos em que nunca existem soluções, não vai lá muito bem com o meu feitio. Admito que a situação é complexa mas tem que haver uma solução.

Aliás, e sobre este assunto, deixem-me transcrever um pedaço da crónica de Miguel Sousa Tavares, publicada no Expresso do último sábado.

“Li no 24 horas o caso de um agrupamento de escolas, às portas de Lisboa, onde, segundo explicação do director, a malfadada avaliação foi simplificada pelos próprios professores, mesmo antes do Ministério o fazer, e posta em aplicação há mais de um ano, sem burocracias, sem horas perdidas em reuniões, sem complicações. Simplesmente, os professores concordaram com o princípio da avaliação e trataram de o pôr em prática, da forma mais simples e mais justa que entenderam. E não é o primeiro caso que leio de uma escola assim”.

Afinal, ainda que ténue, parece brilhar uma luz ao fundo do túnel. Acredito que será possível. Tem que ser!


quinta-feira, dezembro 04, 2008

A luta

Esta coisa extraordinária que é a democracia, dá-nos, quando bem utilizada, a possibilidade de exprimir livremente as nossas opiniões. E é exactamente por isso que hoje me atrevo – e eu sei que tenho amigos que têm posições completamente diferentes da minha – a dissertar um pouco sobre esta confusão imensa que assentou arraiais no reino da educação.

Na minha perspectiva, a greve que ontem os professores levaram a cabo não trouxe nada de novo. Em relação à adesão, os números, como habitualmente, divergem. A Plataforma Sindical dos Professores disse que foram 94% e o Ministério da Educação afirmou que aderência teria ficado nos 61%, embora reconhecesse que “estávamos perante uma greve significativa”.

Enquanto que a Plataforma afirmou que “foi a maior paralisação de docentes em Portugal”, o Ministério replicou que “encerraram apenas 30% das escolas.

Já hoje os professores vão fazer uma vigília de dois dias junto ao Ministério de Educação, na 5 de Outubro em Lisboa .

O certo é que continuam em disputa o estatuto da carreira docente e o actual modelo de avaliação dos professores, tudo num braço-de-ferro entre professores e Governo que não pára, que fecha escolas, que deixa os pais preocupados e as crianças e adolescentes felizes por não terem aulas e que, em última análise, só prejudica alunos e famílias.

E para nós, população comum não docente, o que sobressai desta luta sem fim à vista, é que quer o Ministério quer os Sindicatos não querem ceder nas suas posições. Sobretudo os Sindicatos que estão totalmente irredutíveis apesar dos responsáveis da Educação terem já aceite alterar algumas matérias, perante as exigências apresentadas pelos professores. Simplificou o modelo, adiou os efeitos da sua aplicação, alterou muitas das suas permissas e sentou-se à mesa para negociar.

O que transparece para a opinião pública é que o que de facto interessa aos professores e aos Sindicatos que os representam, é que não se faça qualquer avaliação e que todos, sem excepção, cheguem ao fim da carreira, independentemente dos méritos de cada um.

E se assim for, isso não contribui para a melhoria da qualidade do ensino nem para a dignificação dos próprios professores. Em todas as actividades existe avaliação e nem todos os profissionais considerados bons nas empresas conseguem atingir o topo.

E se é certo que terá havido alguns erros neste processo por parte do Ministério da Educação, sobretudo na deficiente comunicação com os professores e nalguma burocratização excessiva, não é menos verdade que os problemas entre as partes existem desde a imposição das aulas de substituição, do inglês obrigatório no primeiro ciclo e das escolas abertas até mais tarde.

Mas, convenhamos, não há modelos perfeitos e os que são implementados são sempre alterados nos anos seguintes com melhoramentos que as necessidades e o bom-senso aconselham. É assim que acontece nas empresas privadas e em algumas empresas públicas que conheço.

Portanto, e concluindo, é inadmissível que não haja um modelo de avaliação. Então, se este não serve o que é que as estruturas dos professores propõem em alternativa. Nada, ao que sei. Apenas pretendem suspender este modelo, ou como já ouvi a um responsável sindical, a substituição poderia passar pela ideia de uma auto-avaliação. Só podem estar a brincar.

Os Sindicatos com a radicalização das suas posições e a falta de apresentação de alternativas sérias, também em nada ajudam a moralização e a credibilização que os professores tanto almejam e merecem. Está em causa, ao fim e ao cabo, a sua dignidade e respeito.

Sem estar por dentro dos detalhes do projecto, só posso avaliar a situação pela que vou ouvindo às diferentes partes em confronto, aos analistas e aos comentadores. E a minha sensação, como de resto tenho constatado que é comum à generalidade das pessoas, é que com este tipo de radicalismos não vamos a parte alguma.

E é pena, por que os verdadeiros destinatários dos avanços do sistema educativo – os alunos – nada ganham com todo este imbróglio.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Um caso de amor

Comovo-me sempre ao ouvir falar de amores duradouros e em fidelidades eternas. Mas as coisas nem sempre acontecem assim e casamentos que deveriam prolongar-se até que a morte separasse o casal, desmoronam-se, quantas vezes, como um castelo de cartas.

Foi o que aconteceu a Oliveira Costa, ex-banqueiro, ex-presidente do BPN e ex-marido da senhora com quem estava casado há 42 anos.

E o motivo foi:

- Outra mulher?
- Outro homem?
- Problemas inconciliáveis?

Nada disso, a separação deu-se, apenas, por amor.

Reparem que eu escrevi separação e não divórcio, porque é disso que se trata.

Oliveira e Costa não está divorciado mas separado de pessoas e bens, uma modalidade mais rápida - e mais conveniente neste caso - do que o divórcio, em que o casamento pode continuar por tempo indefinido, mas a partilha dos bens é feita de imediato.

Na prática o casal continua casado e junto, apenas decidiram fazer a partilha dos bens. Ela ficou com os dois apartamentos em Lisboa, os dois imóveis no Algarve e as duas quintas (uma no Cartaxo e outra em Aveiro) e ele ficou só com as acções do BPN e da SLN que, hoje, já quase nada valem.

Bem pode, agora, o Ministério Público - por causa das trafulhices que foram feitas no BPN - querer impugnar a separação de bens. Ainda que o venha a conseguir, uma coisa é certa. Para mim, que me comovo facilmente, este é um verdadeiro caso de amor. Oliveira e Costa despojou-se da quase totalidade dos seus bens para entregá-los à sua companheira de 42 anos de casamento. Querem maior prova de amor do que isto?

terça-feira, dezembro 02, 2008

Incompatibidades

Ele há coisas que custam a acreditar. De tão óbvias que são, chega a parecer mentira que haja pessoas que as não entendam.

Na semana passada o Dr. Manuel Sebastião, o actual Presidente da Autoridade da Concorrência, participou numa sessão na Ordem dos Economistas, de que é, também, Vogal da Direcção.

Ora, o artigo 14º. dos Estatutos da Autoridade da Concorrência diz de forma clara:

“os elementos da AdC não podem desempenhar quaisquer outras funções públicas ou privadas, ainda que não renuneradas, com excepção das funções docentes no ensino superior”.

Pois o Dr. Sebastião, apesar de, como claramente se vê, não poder acumular os dois cargos, exerce-os de facto e sem se incomodar. E quando a comunicação social o questionou sobre uma eventual incompatibilidade no desempenho das duas funções, ele foi lesto a responder que, no seu caso, não existe qualquer incompatibilidade .

Volto a ler com toda a atenção o artigo décimo quarto e mantenho a interpretação feita anteriormente. Aliás, o texto parece-me ser suficientemente claro. Por isso, e na ausência de outros artigos que complementem (ou contradigam, o que não é raro) o citado clausulado, não posso deixar de reflectir “mas, afinal, o que é que o senhor não percebeu ainda?

Com os embaraços que as duplicações normalmente geram, vamos a ver é se Manuel Sebastião, presidente da Autoridade da Concorrência, não se lembra de multar a Ordem dos Economistas, por esta ter como vogal um tal Manuel Sebastião que assim acumula indevidamente duas funções que, perante a lei, são incompatíveis. Esperemos!

Orgulho

Felizmente a campanha do Banco Alimentar correu bem. Apesar do tempo frio e chuvoso e das dificuldades por que passam os portugueses, ainda assim, foi bem patente a vontade em aderir ao movimento.

A recolha do Banco Alimentar Contra a Fome, realizada neste fim-de-semana em Portugal, bateu um novo recorde com a recolha de 1.905 toneladas de alimentos, um aumento de 19% em relação a Dezembro do ano passado.

Desta forma, os produtos conseguidos irão ser distribuídos já a partir de hoje pelos 14 bancos alimentares a 1618 instituições, tendo por destino 245 mil pessoas. O que significa que cerca de 2,5% da população portuguesa é ajudada, de alguma forma, pelos alimentos entregues pelos bancos alimentares.

Uma vez mais ficou demonstrada a solidariedade do povo português.

Devemos estar orgulhosos.