Compreendo que a emoção tenha influenciado o espírito de muitos portugueses e daí tivesse surgido um sentimento que rapidamente ganhou força: os restos mortais de Eusébio deveriam ser trasladados para o Panteão Nacional. E o coro dessa vontade foi de tal modo forte, que a decisão política tomada após conferência de líderes parlamentares não podia ser outra. De forma unânime, e com uma celeridade pouco habitual noutras matérias, os partidos com assento parlamentar apoiaram a iniciativa.
Alberto Martins, do PS, disse : “Esta é uma deliberação política de grande relevo, é uma exigência democrática, há um consenso unânime entre todos os grupos parlamentar de reconhecimento do Eusébio como uma grande figura nacional, um atleta ímpar, genial que foi uma referência de Portugal e da lusofonia”.
Nada de mais verdadeiro. E o Panteão Nacional é o lugar onde repousam muitos dos vultos da história portuguesa. Mas se me permitem a opinião, onde os restos mortais do "Pantera Negra" deveriam descansar era mesmo no Estádio da Luz. Ainda que Eusébio seja uma figura transversal a todos os clubes, era ali na Luz - porventura naquele estádio que poderia ostentar o seu nome e que já tem uma estátua glorificando-o - que Eusébio deveria ser homenageado para sempre. Nunca ninguém como ele representou a alma, a raça e o amor benfiquista. O Panteão Nacional, apesar da imponência e da solenidade, parece ser demasiado austero e frio para o "Rei Eusébio".
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