terça-feira, setembro 16, 2014

O insólito caso da escola que custou 100 mil euros e durou uma semana ...



Adaptando a conhecida expressão “O coração tem razões, que a própria razão desconhece”, ele há coisas que não se conseguem entender, dê lá por onde der. Como foi o caso de uma escola primária em Monsanto que foi inaugurada há cerca de três meses, funcionou apenas uma semana (ainda no ano lectivo passado) e já não vai voltar a abrir. Isto porque só estão inscritos 11 alunos, quando o Ministério da Educação definiu que o número de alunos necessários para haver escolas abertas é de 21.

Não discuto o critério, mas o que me causa espanto é que o mesmo Ministério, do mesmíssimo Governo da época escolar anterior e até com mesmo Ministro - que já deveriam saber que este ano aquela escola iria funcionar com 11 alunos - só agora tomasse a decisão de não abrir o estabelecimento de ensino. Ainda assim, deixaram que a Câmara de Idanha-a-Nova gastasse 100 mil euros na requalificação do edifício da escola. Ignoraram também o facto de outras 18 crianças estarem matriculadas no jardim de infância e, finalmente, estiveram-se nas tintas para o esforço que a autarquia está a fazer (nomeadamente com as estruturas para a educação) para atrair pessoas a viverem no concelho que, como todos os do interior, tendem a ficar cada vez mais desertificados.

Certamente que haverá razões que a razão e o bom-senso desconhecem. E estas, iria jurar, não se prenderão com a comodidade e o bem-estar dos miúdos que, pese embora possuam umas óptimas instalações e condições na escola da aldeia, terão que, a partir de agora, fazer uma viagem diária de cerca de 50 quilómetros.

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