Ainda há pouco tempo escrevi neste espaço que as ondas de protesto oriundas das confederações patronais e dos sindicatos mais fortes poderiam vir a destabilizar o Estado, levando o Governo a fazer cedências sucessivas.
Depois das ameaças de rua patrocinadas pelas empresas de transportes, a escalada de protestos tem vindo a subir de tom e não se sabe até onde poderá ir. As exigências dos professores, dos magistrados, dos trabalhadores da higiene urbana, dos médicos e de vários outros grupos já se fizeram ouvir.
E o problema nem é o de satisfazer e o de acudir a tanta reindivicação. A questão é a de se saber onde se vai buscar mais e mais dinheiro e como é que a distribuição por alguns pode vir a prejudicar a atribuição a muitos outros, porventura mais necessitados e, de certeza, com menos possibilidades de se fazer escutar.
É o caso dos reformados e dos pensionistas. Não, obviamente, de todos. Não dos que têm reformas de luxo nem dos muitos que auferem míseras reformas e pensões para quem o Estado, apesar de tudo – e justamente - ainda vai olhando. Como aconteceu hoje no Parlamento onde o Primeiro-Ministro anunciou que o complemento solidário para idosos vai subir 3,3 por cento em 2009.
Refiro-me aos reformados e pensionistas das chamadas classes média e média-baixa. Mesmo sabendo-se que a esmagadora maioria dessa franja da população ganha reformas escassas, o Estado nada faz para melhorar as suas condições de vida. É cruel dizer-se (e pensar-se) isto mas o facto é que não vale a pena ajudar quem já não produz e já não contribui para a riqueza nacional. Portanto, como há pouco dinheiro, o melhor é investi-lo no sistema financeiro, nas famílias jovens que ainda têm muito tempo para descontarem e terem filhos, nas empresas que criam ou mantêm empregos, na ciência, na escola, nas energias alternativas e em tudo o mais que possa vir a trazer benefícios no futuro ou que, no presente, não crie grandes problemas sociais.
É um ponto de vista e uma escolha. Mas volto a perguntar, e os velhos ou mesmo aqueles que ainda não o sendo, já foram postos à margem do emprego e da sociedade, apesar de terem contribuído para ela ao longo de anos? Esqueceram-se, porventura, de que eles também são credores de dignidade e de atenção?
A verdade é que os reformados e os pensionistas das classes média e média-baixa não têm confederações, nem sindicatos nem, sequer, têm voz. E não a tendo, são sistematicamente esquecidos à sua (má) sorte de grupo que não vale a pena apoiar.
Fala-se muito no esforço do Estado na educação e no emprego para os jovens. Concordo absolutamente com isso. Mas o que dizer em relação aos que já foram jovens, aos que trabalharam, muitos deles, nas mais difíceis condições e durante muitos anos para se sustentarem e sustentar o Estado, que não tiveram as mesmas oportunidades que hoje existem, nem quanto à educação nem quanto ao emprego, o que é que o País tem para lhes dar? Acredito que nada.
A sociedade deve estar muito atenta ao problema. Não por motivos meramente economicistas, em que os eventuais aumentos das reformas poderiam potenciar um maior consumo. Antes pela obrigação de olhar para quem, mais frágil pela idade, pela doença, pelos desafectos e pela falta de perspectivas, já não tem quem lute por si.
Depois das ameaças de rua patrocinadas pelas empresas de transportes, a escalada de protestos tem vindo a subir de tom e não se sabe até onde poderá ir. As exigências dos professores, dos magistrados, dos trabalhadores da higiene urbana, dos médicos e de vários outros grupos já se fizeram ouvir.
E o problema nem é o de satisfazer e o de acudir a tanta reindivicação. A questão é a de se saber onde se vai buscar mais e mais dinheiro e como é que a distribuição por alguns pode vir a prejudicar a atribuição a muitos outros, porventura mais necessitados e, de certeza, com menos possibilidades de se fazer escutar.
É o caso dos reformados e dos pensionistas. Não, obviamente, de todos. Não dos que têm reformas de luxo nem dos muitos que auferem míseras reformas e pensões para quem o Estado, apesar de tudo – e justamente - ainda vai olhando. Como aconteceu hoje no Parlamento onde o Primeiro-Ministro anunciou que o complemento solidário para idosos vai subir 3,3 por cento em 2009.
Refiro-me aos reformados e pensionistas das chamadas classes média e média-baixa. Mesmo sabendo-se que a esmagadora maioria dessa franja da população ganha reformas escassas, o Estado nada faz para melhorar as suas condições de vida. É cruel dizer-se (e pensar-se) isto mas o facto é que não vale a pena ajudar quem já não produz e já não contribui para a riqueza nacional. Portanto, como há pouco dinheiro, o melhor é investi-lo no sistema financeiro, nas famílias jovens que ainda têm muito tempo para descontarem e terem filhos, nas empresas que criam ou mantêm empregos, na ciência, na escola, nas energias alternativas e em tudo o mais que possa vir a trazer benefícios no futuro ou que, no presente, não crie grandes problemas sociais.
É um ponto de vista e uma escolha. Mas volto a perguntar, e os velhos ou mesmo aqueles que ainda não o sendo, já foram postos à margem do emprego e da sociedade, apesar de terem contribuído para ela ao longo de anos? Esqueceram-se, porventura, de que eles também são credores de dignidade e de atenção?
A verdade é que os reformados e os pensionistas das classes média e média-baixa não têm confederações, nem sindicatos nem, sequer, têm voz. E não a tendo, são sistematicamente esquecidos à sua (má) sorte de grupo que não vale a pena apoiar.
Fala-se muito no esforço do Estado na educação e no emprego para os jovens. Concordo absolutamente com isso. Mas o que dizer em relação aos que já foram jovens, aos que trabalharam, muitos deles, nas mais difíceis condições e durante muitos anos para se sustentarem e sustentar o Estado, que não tiveram as mesmas oportunidades que hoje existem, nem quanto à educação nem quanto ao emprego, o que é que o País tem para lhes dar? Acredito que nada.
A sociedade deve estar muito atenta ao problema. Não por motivos meramente economicistas, em que os eventuais aumentos das reformas poderiam potenciar um maior consumo. Antes pela obrigação de olhar para quem, mais frágil pela idade, pela doença, pelos desafectos e pela falta de perspectivas, já não tem quem lute por si.
1 comentário:
E é bom que a sociedade (quem gere esta dita sociedade) esteja mais atenta ao problema que referes.
E é bom, sobretudo, que não esqueçam dois provérbios populares:
"Nada passa mais depressa do que os anos", e
"Quem com ferro mata, com ferro morre".
Fui claro?
Enviar um comentário