Mais do que a vitória do último sábado, em que o Benfica cilindrou o Sporting por … um a zero, fiquei bem mais feliz ao saber que o Comité Intergovernamental da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) decidiu promover o fado a Património Imaterial da Humanidade.
Fiquei satisfeito, já se vê, mas arrepiei-me todo quando me lembrei que um amigo me disse, a semana passada, que “imaterial” mesmo era o seu ordenado depois do corte do subsídio de Natal deste ano e dos próximos. Porém, depois de consultar a wikipédia fiquei mais descansado ao saber que esse tal Património Imaterial da Humanidade é uma distinção mundial criada em 1997 para a protecção e o reconhecimento de expressões culturais e tradições, tendo em vista as gerações futuras. Pretende-se que permaneçam vivas coisas como os saberes, as formas de expressão, as celebrações, as festas e danças populares, as lendas, as músicas, os costumes e outras tradições. E fiquei a saber também que desde o início até ontem já existiam 90 bens imateriais registados.
Confesso que, como lisboeta e português, fiquei muito contente com o galardão. O fado canta a vida e a “sorte” do nosso povo há cerca de dois séculos. O fado é o destino e é a nossa canção tradicional, a mais urbana das canções portuguesas, um ícone nacional que fala de amor e saudade, que é desgraçado, vadio, aristocrata, que tem amores e ciúme e que tem divulgado os versos dos nossos melhores poetas.
O prémio da UNESCO deixa-nos, pois, orgulhosos e alegres (curiosa contradição de um estilo de música que é associada à tristeza) e, parafraseando o Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, o Fado dá aos portugueses “alegria […] numa altura em que Portugal necessita como nunca de notícias positivas”. Apesar de, daqui para a frente, o Fado deixar de ser só nosso para ser de todos, da Humanidade.
Então, silêncio que se vai cantar o FADO! Não aqui mas no “Baú”, cujo endereço é http://www.bau-demascarenhas.blogspot.com/
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