O facto de ainda estarmos a viver em clima de Carnaval (realizou-se ontem em Vale de Cambra o desfile carnavalesco que substituiu o do passado domingo que não saiu à rua por causa do mau tempo) e, também, o de ter estado ausente uns dias, leva-me a escrever hoje sobre aquela inexplicável teimosia do Governo em não dar a tolerância de ponto aos funcionários públicos na terça-feira de Carnaval.
Nem sabem como "adoro" viver num país bem-disposto, com marionetas e fantoches, cabeçudos e gigantones que, numa época como o Carnaval, vêm mesmo a calhar. Um país bem organizado, que tem leis que supostamente regulam mas ... que não são para cumprir. Não passam de meras referências que "informam" os cidadãos que essas leis existem mas que, na prática não são para ser levadas a sério.
Pois em nome de uma alegada produtividade para convencer os nossos credores, os mercados ou lá quem quer que seja, o Governo não concedeu - pelo terceiro ano consecutivo - a tradicional tolerância de ponto carnavalesca aos funcionários públicos. Mas, como estamos neste arremedo de país, muitas das autarquias decidiram conceder aos seus funcionários (empregados da administração local, funcionários públicos, portanto) a tal tolerância.
E foi um prazer deambular por Lisboa na terça-feira gorda. A actividade privada esteve de portas fechadas, encerradas estavam as autarquias e as empresas municipais e os transportes (a Carris que é do Estado) a adoptarem um horário de fim-de-semana. Enfim, todos a gozar a tradição carnavalesca e os funcionários do Estado também a gozar com a decisão do executivo.
Eu sei que as autarquias têm poder de decisão autónomo nesta matéria e, em muitas delas, organizam-se há muitos anos desfiles que promovem as regiões e dinamizam a economia local. E nem que fosse só por causa disso, não seria a altura do Governo reconhecer que não faz sentido tamanha medida? Pelos vistos não.
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