quarta-feira, março 12, 2014

Livres da troika? Se calhar não ...



Está para breve a saída da troika do nosso país. Paulo Portas no Congresso da Juventude Popular até inaugurou, com pompa e circunstância, um relógio que faz a contagem decrescente do tempo que falta para esse momento. Só que tanto alarido e tanto foguetório foram afinal em vão. A troika vai realmente sair mas continuaremos em observação até lá para 2037.


É que transmitiram-nos a ilusão de que a saída da troika seria assim uma espécie de um novo 1640, em que haveria uma outra restauração da independência de Portugal, e que, a partir daí, voltaríamos a ser donos do nosso destino e continuaríamos a pedir dinheiro emprestado mas ... livres. Mas - oh, destino ingrato - Portugal vai continuar a ser controlado, agora por Bruxelas, numa fiscalização que poderá ir até 2037 ou até que paguemos pelo menos 75% do montante recebido.


E, claro está, toda esta humilhação não cessará enquanto a nossa economia não crescer de forma sustentada. O que não parece que venha a acontecer tão cedo. Por isso, muitos afirmam que não temos condições de pagar o que devemos. Ontem soube-se de um manifesto subscrito por 70 economistas de vários quadrantes a favor da reestruturação da dívida que contemple, nomeadamente, juros mais baixos e mais tempo para pagar o remanescente da dívida acima do limiar de 60% do PIB.


A coisa está difícil. E nós a julgar que dentro de pouco tempo nos veríamos aliviados da canga que nos tem feito passar por tantos sacrifícios. Livres, enfim, da troika? Se calhar não ...



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