Acreditem que o assunto de hoje nada tem a ver com o facto de muitos Amigos nossos não poderem aceder ao meu blogue “Baú” a partir dos seus locais de trabalho. Isto porque o blogue só apresenta vídeos do YouTube, cujo acesso não é autorizado em muitas empresas.
E a questão das empresas permitirem ou não que os seus colaboradores utilizem – durante o trabalho - as denominadas redes sociais é altamente polémica. A meu ver, pode até acontecer que todas as partes tenham pelo menos um bocadinho de razão. Tal como os partidos em dia de eleições, em que todos ganham.
Vejamos, então, os argumentos.
Dizem as empresas – quer as do sector privado quer as do público - que, pelo facto dos trabalhadores andarem a “viajar” pelos blogues, no twitter, no Messenger e quejandos, a produtividade é reduzida e pode até provocar problemas de segurança no que respeita à protecção de dados. Daí que estejam a adoptar, cada vez mais em todo o mundo, o bloqueamento das páginas da chamada Web 2.0, a internet dos blogues e das redes sociais.
Por outro lado, dizem os trabalhadores, e há um estudo da Universidade de Melbourne que vai no mesmo sentido, que a possibilidade de estarem “ligados” é fundamental para o bem-estar e equilíbrio dos funcionários.
E se a proibição é defensável, quando se sabe que as PME portuguesas suportam cerca de 1,5 milhões de euros por ano pela utilização da net por cinco minutos diários gastos pelos seus trabalhadores, custo esse que pode chegar aos 18 milhões se o tempo passar dos cinco minutos para uma hora, há também quem defenda que 20% do tempo passado no escritório, se gasto com a internet, pode fazer recuperar a concentração dos colaboradores e aumentar a produtividade.
Ainda bem que não tenho que decidir a contenda. Tanto mais que ainda sou do tempo em que o horário de trabalho – de oito e mais tarde de sete horas – eram mesmo para trabalhar com apenas breves instantes de intervalo, os suficientes para beber um café e para almoçar. E ninguém pensava, como alguns agora proclamam, que mais de 20 minutos seguidos de concentração são uma violência para o nosso cérebro.
A sensatez é um bem inestimável. Seria bom que todos pensassem em colocar-se, um bocadinho que fosse, na pele da parte contrária.
Bom senso e diálogo poderão ser as palavras-chave para a resolução do problema. E, claro, regras de funcionamento prévia e convenientemente estabelecidas.
Ah, e quanto a acederem ao “Baú”, se não podem fazê-lo enquanto estão a trabalhar, façam-no pelo menos quando chegarem a casa. São capazes de gostar.
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