A atribuição do Prémio Nobel ao Presidente Americano fez-me lembrar um colega meu, por sinal um tipo inteligente mas pouco amigo de trabalhar e a quem não se podia pedir que cumprisse prazos que, em determinada altura, reclamava uma promoção ao nosso Director.
E porque ninguém lhe enxergava mérito suficiente para que ele fosse promovido por … mérito, ele argumentava que o prémio dever-lhe-ia ser entregue não pelo trabalho desenvolvido mas pelas suas (reconhecidas) capacidades.
Barack Obama ganhou o Nobel mas não obteve o aplauso unânime. Muita gente em todo o mundo pensou que menos de um ano de mandato à frente do país mais poderoso do universo não é tempo suficiente para justificar um galardão desta natureza. Pelo menos por enquanto. Talvez mais tarde …
Há quem, no entanto, afirme que a distinção pode ser interpretada como uma “mensageira de paz”, inspiradora, quiçá, de rumos mais consistentes na pacificação de certas regiões que teimam em sobressaltar as nossas existências.
O Afeganistão, o Irão, o conflito entre Israel e a Palestina são apenas exemplos de situações que já mereceram tomadas de posição firmes da Administração Americana. Mas os resultados são ténues ou ainda inexistentes.
Daí a minha convicção de que os esforços de Obama, embora meritórios e denotando uma grande coragem e determinação, são por ora insuficientes para que sejam merecedores desta tão alta distinção.
Por uma questão de princípio, sempre considerei que os prémios devem ser atribuídos aos que vencem e não aos que se limitam a ser jeitosos ou que, eventualmente, possam vir a ter sucesso.
Razão tinha o meu Director quando achou que não deveria promover o tal colega só porque tinha imensas capacidades. A promoção chegaria no dia em que ele resolvesse desenvolvê-las capazmente.
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