A semana passada assisti às cerimónias comemorativas do aniversário de uma instituição de solidariedade social que apoia idosos. Já se sabe que este tipo de festas tem um sem número de formalidades que fazem todo o sentido para os dirigentes, para as pessoas que lá trabalham e para os utentes dessas instituições. Para os convidados nem tanto.
Mas há excepções. Foi o que aconteceu quando houve a apresentação de um grupo coral composto por pessoas com idades muito respeitáveis, alguns com problemas motores que tinham que cantar sentados e outros cuja voz quase se não ouvia.
Sem pretender fazer qualquer tipo de apreciação à qualidade do grupo, o que seria descabido, o que mais me impressionou naquelas pessoas foi a sua atitude. Percebia-se-lhes o gosto de manifestar a sua determinação, a vontade de fazer parte de um projecto comum, de mostrarem como se sentiam vivos.
Sensibilizou-me muito o olhar brilhante daqueles velhinhos, felizes por exibirem o seu trabalho empenhado e generoso. E comoveu-me, sobretudo, na hora em que eclodiram os aplausos da assistência, ver as expressões de felicidade que inundaram aqueles rostos.
Não estavam ali cantores, estava ali gente. Pessoas que se sentiam felizes pelo simples facto de terem alguém perto deles que os ouvia e que lhes dispensava atenção.
Foi um momento mágico que, por minha vontade, se teria eternizado.
2 comentários:
Arrepio!
E foi!! As palavras amáveis que escreveu acerca da festa e da imagem que retém das expressões de felicidade.
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