quarta-feira, junho 29, 2011

Silêncio quebrado



Há poucos dias li no Jornal de Notícias um artigo de Manuel António Pina - jornalista e escritor, galardoado este ano com o Prémio Camões – em que escreve sobre o famoso caso do “copianço do CEJ”, assunto sobre o qual publicámos um texto na sexta-feira dia 17 de Junho.

Dizia Manuel António Pina:


“Ao contrário do que foi dito quando veio a público o escândalo do "copianço" no CEJ, o caso não é "pontual". Acompanhei de perto um curso anterior em que o "copianço" era frequente e a política seguida por certos (insisto: certos) dos então responsáveis do CEJ a de esconder esse lixo debaixo do tapete.
Alguns professores abandonavam as salas durante os testes confiando a vigilância à honestidade de cada formando. O problema era que a honestidade de alguns (hoje nos tribunais a acusar e julgar casos de fraude) nem sempre era a expectável em futuros magistrados.
Existem nos arquivos do CEJ documentos demonstrando o que aconteceu a uma formanda que quebrou a lei da "omertá" e se referiu ao assunto durante um encontro na presença do desembargador coordenador da sua formação. Na sequência disso (decerto por coincidência), passou a ser sujeita a humilhações e discriminações de toda a ordem e "avaliada", em relatórios escritos, por coisas como fumar, almoçar sozinha, ter "pré-juízos" em relação às leis de protecção animal (pois teria gatos) e a direitos de autor (pois publicara obras literárias), culminando tudo num relatório final do mesmo desembargador, feito com base em quatro (repito: quatro) trabalhos, escolhidos a dedo entre os mais de 500 que realizara, que a forçou à desistência.
Talvez a formação de futuros magistrados seja coisa séria de mais para estar entregue a certos actuais magistrados”.


Preocupante, no mínimo …


2 comentários:

Fernando Gomes disse...

Amigo Palma, sobre este assunto, concordo em pleno com as palavras ditas pelo ex-futebolista, quando o mesmo afirma que neste País vale tudo, tudo é permitido. E estamos nós entregues a pessoas que não têm qualquer tipo de valores, e que se julgam capazes de julgar os outros. No mínimo preocupante sim.

Fernando Gomes disse...

É claro que estou a falar do ex-futebolista Paulo Futre. Sim, aquele que recebeu mais votos para primeiro ministro. De facto, neste País vale mesmo tudo, e o povo ajuda á festa...