quinta-feira, setembro 22, 2011

Os Imigrantes



Parece que ainda estou a ouvir a indignação dos nossos patrícios quando, há uns anos, começaram a chegar os imigrantes que vinham à procura de um país rico (o nosso) onde esperavam ter as oportunidades que lhes permitissem um melhor nível de vida do que tinham nos seus países de origem. Clamavam, então, contra os ucranianos (e os dos restantes países de leste), contra os africanos e contra os brasileiros que lhes vinham roubar os empregos, os mesmos empregos que nós recusávamos por serem de menor qualificação e pior remunerados. E o tom do descontentamento foi crescendo à medida que o desemprego foi subindo e nós começámos a precisar desses mesmos lugares para os nossos. Esqueceram-se, porventura, que os portugueses, em condições idênticas, também emigraram para a Europa, para as Américas e para o Brasil a partir da década de 60 do século passado onde íamos assegurar os serviços que os de lá não queriam fazer.


Só que o eldorado sonhado foi-se desmoronando e embora ainda cá vivam muitos imigrantes, o número tem decrescido notoriamente, sobretudo no que diz respeito aos brasileiros que regressam ao seu país por sentirem que é lá que poderá estar o seu futuro.


Mas para aqueles que suspiram de alívio com a partida de quem tanto deu á nossa economia e demografia, que pagaram impostos e descontaram para a nossa Segurança Social eu lembro – e falo em particular dos brasileiros – o jeito doce e simpático com que nos atendiam nos cafés e restaurantes, de um modo bem diferente daquele a que estávamos habituados.


Como escrevia recentemente a jornalista Clara Ferreira Alves “Os imigrantes trazem consigo o cheiro da viagem e dos novos costumes e tradições, a integração é um enriquecimento cultural”. Com a sua partida também nós perdemos.


3 comentários:

Fernando Gomes disse...

Olá meu bom e grande Amigo,


A questão da Imigração em Portugal, sempre foi uma pedra no sapato na nossa Sociedade. De facto, e como refere no seu texto, as várias vagas ocorridas de Imigração no nosso País, quer as inicialmente realizadas por Cabo Verdianos, Angolanos, passando pelos Ucranianos e agora recentemente pelos Brasileiros, sempre tiveram como objectivo preencher os trabalhos, que nós Portugueses, não queremos e temos vergonha de realizar. Este fenómeno revela-se interessante, pois o “Tuga” continua a ser um “Chico esperto”, ou seja, cá não quer realizar tais tarefas, mas no estrangeiro já não se importa nada. Talvez pelo facto de estar num País diferente, não o incomode absolutamente nada de realizar tais trabalhos, pois em Portugal isso seria impensável, e daria motivo de troça pelos seus amigos. Em território estrangeiro, o “Tuga” sempre pode mostrar aos familiares e amigos que venceu na vida, pois tem uma boa casa, um bom carro e faz umas férias de luxo (não sabemos é o que passam o ano inteiro). Concordo em absoluto que as primeiras vagas de Imigrantes no nosso País, nomeadamente os Angolanos e Ucranianos, tenha ajudado e muito o desenvolvimento e modernização de Portugal. Opinião diferente tenho em relação aos Brasileiros, pois associada a essa “boa disposição” e “sorrisos”, veio o aumento da taxa de criminalidade, pois uma grande parte dos Brasileiros que dão entrada no nosso País, são pessoas que no seu País Natal estavam mal e já praticavam actos à margem da lei. Por esse motivo, sou da opinião que deveríamos ser mais cuidadosos e selectos, no que concerne às pessoas que deixamos entrar. Para esses, dispenso bem a “boa disposição” e os “sorrisos” estampados nessa comunidade designada por “Oi”.

demascarenhas disse...

Olá Amigo Fernando

É sempre um prazer sabê-lo como leitor e comentador deste espaço. Quanto ao seu comentário, recordo-lhe a frase que tanto repito e que o Fernando já deve ter ouvido algumas vezes:

“De quem não gosto verdadeiramente é das pessoas sem valores, com má índole, mal cheirosos e desleixados, quer de aspecto quer de princípios. Sejam elas pretas, amarelas, brancas, de leste ou … brasileiras”.

Forte Abraço

Fernando Gomes disse...

Olá,

Eu não diria melhor...
Abraço