sexta-feira, janeiro 11, 2013

Banif - a pergunta estúpida


Quando se soube que o Estado ia injectar 1 100 milhões de euros no Banif, esse enorme banco nacional que representa uma quota de mercado que não chega aos 4%, não pude deixar de recordar uma história divertida do saudoso Mário-Henrique Leiria:


"Telefonaram-lhe para casa e perguntaram-lhe se estava em casa.

Foi então que deu pelo facto. Realmente tinha morrido havia já dezassete dias.

Por vezes as perguntas estúpidas são de extrema utilidade".


Pois é, só que com o caso do Banif tudo é a sério e o assunto é grave. São mais 1 100 milhões de euros que saem dos nossos bolsos, mais uma vez para financiar a banca privada.

 
Ao contrário do que acontece com qualquer empresa vulgar que o Estado deixa falir (paciência, foi mal gerida, não era rentável, fechou as portas), para com a Banca há sempre um cuidado especial em apoiá-la. Lá se conseguem uns quantos milhões, nem que para isso sejam necessários mais impostos ou cortes nas prestações sociais. E todos nós assistimos a mais esta obscenidade, contra a qual apenas nos podemos revoltar e, quando muito, lançar a pergunta, tão estúpida quanto aquela do conto do Mário-Henrique Leiria:


Então o Passos Coelho queria privatizar a Caixa Geral de Depósitos porque o Estado não sabia gerir a Banca e vai agora comprar uma posição accionista de 99,2% de um banco privado para o Estado gerir? Em que ficamos? A pergunta pode ser estúpida, só não sei se tem alguma utilidade.

 

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