Lembram-se daquela conferência (à porta fechada), promovida pelo Executivo, a que chamaram "Pensar o Futuro"? Quero acreditar que dali saíram as mais brilhantes ideias para um futuro promissor. Um desígnio, uma estratégia que pudessem dar a volta a este país moribundo. Saíram ideias, muitas, com certeza, pena foi que os portugueses não soubessem quais.
Mas, por portas e travessas, uma proposta chegou ao nosso conhecimento: a reintrodução do serviço militar obrigatório. Brilhante, sem dúvida. Depois de terem incitado os jovens a emigrarem (a ajudarem outros países com os conhecimentos que nós todos pagámos), abrem-se, agora, novas expectativas cá dentro enfiando os mancebos "voluntariamente" em quartéis. Quartéis que, entretanto, já foram quase todos desactivados porque os efectivos diminuíram drasticamente. Mas isso é um problema que se resolverá depois. É um bocado como a dívida que se vai empurrando e que um dia, um dia distante, talvez seja paga.
Mas o que achei curioso na possibilidade de voltar a haver o serviço militar obrigatório é que esta medida surgiu agora, num governo de Passos Coelho, quando foi o mesmo Passos Coelho, então Presidente da JSD, que acabou com o SMO, fazendo desta questão uma das suas principais bandeiras políticas. Enfim, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Mas volte-se, ou não, ao serviço militar obrigatório, esta é mais uma falsa questão. O que está realmente em jogo é a necessidade de conter custos com o pessoal militar. Coisa que o próprio Ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, implicitamente, já admitiu quando falou no “redimensionamento da estrutura das Forças Armadas do ponto de vista orgânico”, tendo mesmo vincado o objectivo de diminuir o gasto com o pessoal e a não renovação de contratos a 12 mil militares.
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