Tantas vezes citado por políticos (quando as suas teses lhes eram convenientes), Paul Krugman, Prémio Nobel de Economia em 2008, parece ter sido esquecido quando, recentemente, disse "não entender a paixão europeia pela austeridade", acrescentando até que "defensores da austeridade estão a parecer cada vez mais insolentes e delirantes".
E nós que temos sofrido na pele essa insolência delirante traduzida em medidas de austeridade severas, sempre revistas e aumentadas, já há muito que tínhamos percebido - até pelos resultados que são anunciados - que esta obsessão pela redução do défice não nos tem conduzido a lugar algum. Ou antes, tem. À recessão e ao desemprego - que são cada vez maiores - e à debilidade da economia.
Mesmo assim, mesmo depois do próprio FMI ter feito um impressionante "mea culpa" quando admitiu ter subestimado os danos infligidos pela austeridade, o Governo de Passos Coelho segue "firme e hirto" com os propósitos traçados desde que tomou posse, caminhando cegamente na direcção do abismo.
E nem sequer é necessário ter ganho um Nobel de Economia para se compreender que aquilo que Paul Krugman afirmou: "As nações que impuseram políticas de austeridade severas sofreram crises económicas profundas; quanto mais severa a austeridade, mais profunda foi a recessão" é uma verdade absoluta.
1 comentário:
Olá meu bom amigo,
De facto não é necessário ser Nobel da Economia para “ver e sentir”, que estas políticas de austeridade só servem cavar ainda mais o buraco financeiro. Caminhamos a passos largos para o agravamento de uma grande crise económica e social, o que realmente é bastante preocupante, uma vez que já estamos em queda livre e muito próximo do embate final com o solo. Cortes e mais cortes nos rendimentos disponíveis dos Portugueses, associados ao constante aumento do preço dos bens e serviços, têm vindo asfixiado cada vez mais os Portugueses. A questão que se coloca é “Até quando tudo isto vai durar? Até quando vamos conseguir aguentar e pagar as nossas contas? Ai Portugal, Portugal, já não tens um pé numa Galera, mas sim os dois no fundo do mar…
Um abraço
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