Para terminar a semana e este tipo de reflexões sobre a língua portuguesa - voltaremos ao tema e não me chamem fundamentalista - queria só dizer-vos que numa conferência em que participei há dias, ouvi, em pouco mais de duas horas vários presentes desenvolverem teses proferindo (com frequência) palavras tão portuguesas como: "follow up", "downsize", "feedback", "meeting" ou "e-mail".
Mas o que mais me preocupa é que essas mesmas pessoas que empregam esses termos nas suas áreas profissionais – e isto diz respeito a uma panóplia imensa de actividades e não só aos informáticos - acabam por utilizá-los, também, na sua vida pessoal.
Vejam os seguintes exemplos:
Vejam os seguintes exemplos:
- informação à agência de viagens de que se pretende fazer um “upgrade” do hotel inicialmente reservado;
- o Gerente/Chefe/Director/o que seja, convoca o seu “staff” para um "briefing" ao fim da tarde;
- proposta para ir fazer compras ao “shopping”;
- lista de vantagens ou inconvenientes das empresas de “outsourcing”?
Será que não podemos dizer as mesmíssimas coisas … em português?
Penso que devemos valorizar mais a nossa língua, que é tão rica. De certeza que existirão palavras e expressões portuguesas para utilizar em substituição dos tais termos estrangeiros.
Porém, há que ter cuidado. É que se falarmos (ou escrevermos) só em português, poderemos correr o risco de que quem nos ouve ou lê, chegue à conclusão de que nós, afinal, não dominamos lá muito bem o assunto que estamos a abordar. Ou, por outro lado, pode acontecer que se falarmos ou escrevermos apenas em português, poderemos dar a ideia a certos “iluminados” de que não estamos muito familiarizados com os termos mais “in” utilizados com frequência por "determinadas elites". Afinal, ninguém quer dar parte de fraco, não é?
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