"... há qualquer coisa em nós de que não gostam
Trazem palavras de outra língua ..."
São duas linhas apenas do poema de Manuel Alegre, "Resgate" (já aqui publicado), que servem de mote para o assunto que ando, há tempos, para partilhar convosco.
Se eu lhes dissesse
"葡萄牙文是我們最大的資產之一,並是非賣品。所以珍惜它!";
ou,
"Португальский язык является одним из наших крупнейших активов и не для продажи. Поэтому хранить его!"
ou, ainda,
"the Portuguese language is one of our biggest assets and is not for sale. So cherish it!",
o que é que me respondiam?
Eu sei que tenho os melhores e os mais eruditos leitores do mundo, que dominam fluentemente línguas tão diferentes como o chinês tradicional, o russo ou o inglês. Mas, numa conversa coloquial entre amigos não seria mais natural dizer simplesmente "a língua portuguesa é um dos nossos maiores activos e não está à venda. Por isso, acarinhem-na!"?
Desde sempre que sou defensor que se aprendam várias línguas. É uma questão de valorização pessoal e de necessidade face à cada vez maior globalização que vivemos. Mas, meus Amigos, faz algum sentido que em documentos oficiais internos ou - pesadelo dos pesadelos - nas redes sociais, portugueses dialoguem em inglês? Será que estarão mais seguros nesse idioma ou será, tão-somente, por que acham que escrever em português é uma atitude bacoca? Ao contrário, eu penso que essa necessidade de mostrar os vastos conhecimentos de outras línguas é que demonstra uma parolice pura.
Estudem e pratiquem outras línguas mas não se esqueçam de privilegiar a nossa. É seguramente o nosso maior capital cultural.
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