Fiquei muito preocupado quando soube que o ex-Ministro das Finanças Vítor Gaspar, no próprio dia em que se demitiu, assinou um despacho que força o fundo de reserva da Segurança Social a comprar até 4,5 mil milhões de euros de dívida pública nacional nos próximos dois anos e meio. Um último despacho que pode pôr em risco o pagamento de pensões, reformas e subsídios de desemprego e que pode vir a destruir a vida de milhões de portugueses.
Como se sabe, o "fundo de reserva da Segurança Social" é uma poupança em dinheiro destinada a pagar pensões e outras prestações sociais caso o sistema entre em colapso. E, ao contrário do que estabelece a Lei de Bases da Segurança Social, esse dinheiro deveria chegar para dois anos e, neste momento, só chega para pagar oito meses. Um fundo, que tem sido delapidado com investimentos ruinosos e cujos responsáveis continuam imunes.
Portanto, já não nos bastava termos um fundo de reserva que não cumpre a lei e, ainda, temos um Ministro demissionário que decide que esse pouco dinheiro terá que comprar dívida pública de um Estado (Portugal), que irá - previsivelmente - ter um agravamento do risco soberano. Percebem porque estou tão preocupado?
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