Lembram-se do que disse o Governo na última terça-feira? "Para se conseguir cumprir a meta de 2,5% do PIB para o próximo ano, tomar-se-ão as medidas necessárias mas não haverá aumento de impostos para 2015, nem outras medidas que impliquem um adicional esforço sobre salários e pensões". Boa notícia esta! Os ministros decidiram, então, "cortar 1.400 milhões no próximo ano sem sacrifícios adicionais para contribuintes". Muito Boa Notícia"! Só não concretizaram como. Ou antes, sugeriram que poderiam poupar 730 milhões de euros com a redução de custos nos ministérios, 180 milhões com rescisões amigáveis e aposentações na função pública e, quantos aos restantes 490 milhões, aí é que se fecharam em copas. Não deixaram, no entanto, de sublinhar que "algumas medidas de carácter extraordinário vão ser mantidas". Mas não disseram quais ...
Claro que essas boas notícias só são possíveis porque vai haver eleições em breve. Depois, presumo eu, a más notícias aparecerão. De qualquer jeito o que já foi anunciado prende-se com a dita "reforma do Estado" (ou lá o que é ...), e incluem, sobretudo, cortes e reorganizações em ministérios e outros serviços do Estado, fusões, diminuição dos custos com o número de funcionários públicos (portanto, mais alguns vão ser mandados embora) e redução de custos com consultorias.
Mas, para além das sugestões sugeridas e da diminuição das despesas com a saúde (admitida pela Ministra das Finanças), o que eu acho preocupante, o que eu não consigo entender é a razão que levou o actual Executivo a demorar 3 anos para começar a reduzir naquilo que ele próprio considerava serem as "gorduras do Estado". Só agora, porquê? Certamente porque foi muito mais fácil começarem pelos cortes dos salários e pensões. É que, segundo dizem, "A corda rebenta sempre pela parte mais fraca".
Sem comentários:
Enviar um comentário