A verdade é que neste país em que quase nada se passa e parece haver tão poucos assuntos interessantes para falar, provavelmente a única coisa que nos resta, é preocuparmo-nos com os problemas dos futebois, das invejinhas e dos “interesses pequeninos” das regiões e dos protagonismos balofos de alguns pacóvios cá da terra. Muito mais interessante, sem dúvida, e muito mais enriquecedor para a nossa cultura pessoal, do que sabermos, por exemplo, qual foi a origem do maior ex-libris da cidade de Barcelos, ainda que a história nos chegue através de uma simples lenda.
Esquecendo então, por momentos, o Gil Vicente, (o Clube de Futebol da cidade de Barcelos), o jogador brasileiro que tem estado na base de todo este imbróglio e que dá pelo nome de Mateus Galiano (e eu que julgava que tudo isto era por causa do nosso Mateus Rosé, que até é um vinho apreciado no estrangeiro) e qual a decisão dos orgãos máximos do ponta pé na bola (que não se entendem entre eles) sobre se o Gil fica ou não na primeira liga, recordemos antes essa história que está na base do aparecimento de um dos mais famosos símbolos portugueses – o Galo de Barcelos – esse sim, conhecido em todo o mundo.
Ora conta a lenda que os habitantes de Barcelos andavam alarmados com um crime e, sobretudo, andavam preocupados porque não se tinha descoberto o criminoso que o cometera.
Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o acreditou.
Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos.
O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou:”É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”.
Risos e comentários não se fizeram esperar, mas pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo, e o que parecia impossível, tornou-se, porém, realidade! Quando o galego ia ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. A partir dessa altura já ninguém duvidou das afirmações de inocência do condenado. O juiz correu à forca e quando viu o pobre homem ainda de corda ao pescoço, mandou-o imediatamente soltar e ir em paz.
E, lenda ou não, o Galo de Barcelos tornou-se o maior símbolo da cidade.
1 comentário:
Muito obrigado meu caro "co-voluntarista" pelo esclarecimento, já que ainda no outro dia quis contar a lenda a uma pessoa e atrapalhei-me um bocado, porque não me lembrava de grande parte dela. Para a próxima já a contarei melhor!...
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