quinta-feira, fevereiro 12, 2009

E um pouco de paciência, não?

As novas tecnologias têm vindo a conquistar as diversas gerações. Sucessivas reportagens de televisão dão conta de pessoas de idade bem avançada que se mostram encantadas com a descoberta do computador, em cujo teclado vão compondo lentamente as mensagens que já se aventuram a enviar pela internet aos seus familiares.

Nos supermercados vêem-se cada vez mais idosos a usar cartões de débito e de crédito.

Constatamos com satisfação a existência de pessoas que embora não tenham “nascido” com a informática, não a repudiam e tentam vencer a todo custo as suas fragilidades evidentes.


Há pouco tempo, numa fila de caixa de supermercado, um jovem que estava atrás de mim dizia entre dentes que devia ser proibido os “velhos” usarem cartões. Isto porque o senhor que utilizava a maquineta de pagamento estava a ser demasiado lento. Ainda por cima o senhor não fizera a pressão suficiente sobre as teclas e para cúmulo, o pior dos crimes, enganou-se a introduzir o código e teve que recomeçar com a operação.

Sei que toda a gente anda muito apressada na correria do dia-a-dia mas seria bom que houvesse um pouco mais de paciência para com quem – neste caso os idosos - deveria merecer um respeito acrescido. E são merecedores dessa consideração, em primeiro lugar pela idade que têm e, depois, porque mesmo sem terem tido a preparação necessária para a utilização destas tecnologias, mesmo assim, não desistiram de lutar, não quiseram sentir-se infoexcluídos e não baixaram os braços nem se submeteram àqueles que detêm agora o “poder” das máquinas. Ao contrário, devemos louvar o seu esforço e temos que mostrar compreensão para com essas pessoas “mais lentas”.

Por isso, naquela fila de caixa de supermercado, fiquei tão indignado que não pude deixar de encarar o jovem que estava atrás de mim e disse-lhe com cara de poucos amigos

“E um pouco de paciência, não?”


Sem comentários: