No preciso momento em que somos bombardeados com as piores notícias sobre a crise financeira e económica que nos afecta a todos, em que o desemprego continua a subir desvairadamente, em que a maioria das empresas atravessa dificuldades enormes a ponto de ir estender a mão ao Estado, não é que o próprio Estado está disposto a oferecer, de acordo com a lei, 4,5 milhões de euros para o financiamento das campanhas eleitorais dos partidos e movimentos que concorrem às próximas eleições para o Parlamento Europeu?
Um valor que, calculem, corresponde a qualquer coisa como 10.000 salários mínimos nacionais. Mas será que está tudo doido?
Daí que me sinta horrorizado com o desperdício de tamanha fortuna. É inacreditável que as treze forças políticas que vão concorrer se proponham gastar, entre subvenções estatais e umas quantas angariações de fundos entre os simpatizantes, alguns milhões de euros.
E quando se olha para os números e se dá conta que só o PSD espera gastar 2,2 milhões de euros (mais 95% do que nas últimas europeias), o PS 1 milhão e 520 mil (mais 9%), a CDU 1 milhão e 200 mil (mais 185%), o Bloco 725 mil (mais 301%) e até o Movimento do Partido da Terra 1 milhão e meio de euros, o que é que lhes parece que vai sentir o comum dos cidadãos?
Pode parecer demagogia da minha parte mas considero inaceitável que se gaste tanto dinheiro desta forma e numa altura destas, ainda por cima para falar aos portugueses sobre as europeias que, toda gente tem consciência disso, não interessam grandemente à generalidade dos cidadãos. Aliás, na última sondagem conhecida só 36% dos eleitores já tinha decidido votar. E esses sabem já, e há muito, para onde vão os seus votos.
Sem comentários:
Enviar um comentário