quarta-feira, maio 13, 2009

A Lei do Financiamento dos Partidos

Na crónica que escrevi ontem sobre os gastos previstos pelos partidos para as próximas europeias, ficou bem patente que todos eles se estiveram nas tintas para a contenção das despesas e que mostraram uma enorme falta de imaginação e de bom-senso. De forma inaceitável, diga-se.

Se querem brincar às campanhas eleitorais, tudo bem. Mas, pelo menos, façam-no recorrendo às novas tecnologias que são muito mais baratas. Não recriem as velhas receitas de cartazes que nada dizem nem, tão-pouco, utilizem a estafada e pacóvia técnica de distribuir montanhas de aventais, de esferográficas e de abanicos só para conseguirem mais uns votos.

Mas ainda a este respeito, gostaria de acrescentar mais uma coisa. É que a subvenção que o Estado costuma dar para estas “feiras”, aquilo a que se costuma chamar “Lei do Financiamento dos Partidos” foi agora alterada com a aprovação unânime de todos os deputados com excepção, honra lhe seja feita, de António José Seguro do PS.

E o curioso é que embora a lei fosse aprovada por todos (vá lá saber-se porquê …), com a excepção referida, os dois maiores partidos já falam em corrigir as alterações agora introduzidas.

Não é este o fórum próprio para discutir o que é que está na base desta vontade súbita em alterar a alteração. Só lhes digo que se a lei agora aprovada pela quase unanimidade chegasse a ser promulgada pelo Presidente da República, o que duvido, possibilitaria que as campanhas eleitorais pudessem vir a ser um negócio bem lucrativo. Seria a mais completa sem-vergonha.

Ainda assim, resta-me a dúvida. Porque é que essas “cabecinhas pensadoras” não analisaram devidamente e em tempo as alterações à lei? Se o tivessem feito, não necessitariam, agora, de fazer esta triste figura.



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