Quando comecei a ler a notícia confesso que fiquei satisfeito por saber que os portugueses – todos os portugueses – já tinham, se quisessem, a possibilidade de se reunir sob um mesmo tecto. Não exactamente no mesmo local mas num espaço com as mesmas características.
Ou seja, os 105 centros comerciais que hoje existem no país têm uma área global de 3,4 milhões de metros quadrados, uma área correspondente a 340 campos de futebol e podem albergar toda a rapaziada que mora por cá.
E estou só a contar com o espaço hoje ocupado pelas lojas. Porque quanto aos corredores, parques de estacionamento, armazéns, hipermercados e quejandos, esses espaços nem conto com eles, ficam de reserva não vá haver convidados de última hora.
Portanto, estava contente com o facto de os portugueses terem espaço suficiente para se “refugiar”, caso tivessem necessidade.
Porém, o meu sorriso extinguiu-se quando, a determinada altura, dei de caras com a informação de que está previsto que sejam construídos até 2011 mais doze centros comerciais em todo o país. Mais doze, leram bem.
Eu sei que o conceito dos centros comerciais, os shoppings como se chamava no princípio, caiu no goto cá da malta. São confortáveis, bonitos, bem iluminados, está tudo à mão de semear e, mesmo que não se façam compras, sempre se pode usufruir de umas agradáveis (???) tardes de sábado juntamente com mais uns milhares de pessoas que não tiveram melhores ideias para passar o dia. Sei lá, um passeio por uma mata, uma ida até ao mar, respirar ar puro, desfrutar a natureza ou uma parvoíce parecida.
Pergunto, construir mais uns milhares de lojas e corredores para além dos que já existem não será despropositado? Não estaremos, por acaso, a exagerar?
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