É curioso como tantas vezes se gastam energias a discutir coisas … pelo lado errado. Então em política isso é muito comum, questionam-se as minudências e esquecem-se do que é verdadeiramente importante.
Tal como está a acontecer agora com as tão badaladas (e politizadas) compensações salariais dos funcionários públicos dos Açores. Na verdade, pouco interessa se essas compensações são ou não inconstitucionais ou se é mais significativo que estes funcionários continuem a receber o seu salário por inteiro ou que os muitos milhares de outros funcionários vejam reduzido o seu vencimento.
O que para mim está em causa é tão-somente uma questão de justiça. Se se pedem sacrifícios aos portugueses, é justo que todos contribuam para esse sacrifício. E medidas que ludibriem este princípio são moralmente condenáveis, ainda que sejam legais.
Políticas à parte, as declarações críticas do Presidente/Candidato Cavaco Silva, embora mal aceites pelo partido que apoia o governo e pelo seu candidato presidencial, têm toda a razão de ser. Ou seja, dentro dos mesmos níveis salariais, os cortes devem ser aplicados a todos de igual forma. Se não, digam-me como acham que se sentem os trabalhadores que são vítimas desta discriminação?
Se estes privilégios – sim, por que é disso que se trata – forem considerados inconstitucionais tanto melhor. Mas sejam ou não, o facto é que estamos perante uma questão de ética e de equidade. E não me venham dizer que 5% sobre 1 750,00 euros é diferente em Vila Nova de Poiares ou em Angra do Heroísmo, porque, de facto, não é.
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