A Rainha Isabel II de Inglaterra faz-me lembrar um antigo colega de trabalho a quem, “por fatalidade” tudo acontecia de mal. Era certo e sabido que onde ele estivesse alguma coisa ia suceder.
Também Isabel II, no seu já longo reinado, tem algumas histórias bem interessantes, nomeadamente as que aconteceram sempre que o protocolo não foi formalmente cumprido. Recordo três delas.
Na semana passada recebeu Barack Obama. Ao jantar, no final do discurso, Obama ergueu a taça para brindar à soberana quando, de repente, se começou a ouvir o hino britânico. Todos os convidados ficaram imóveis enquanto o Presidente permaneceu de taça na mão, mudo e quedo. Só quando o hino terminou é que os presentes acompanharam Obama no brinde à Rainha. Momentos infindáveis que devem ter sido terríveis.
O mesmo sucedeu quando a Rainha Isabel visitou Portugal e o nosso Presidente da República de então, Mário Soares, ao pretender indicar-lhe o caminho tocou nas costas de Isabel II, mostrando desconhecer o protocolo que diz que na Rainha não se toca nem com uma luva.
Já num jantar na Casa Branca, no tempo de George W. Bush, o Presidente lembrava num discurso a visita de Elizabeth II aos Estados Unidos em … 1776, ou seja, 200 anos antes. Ao que consta, a correcção só foi feita depois de um olhar fulminante da Rainha. Enfim, de Bush já ninguém se admirava de nada e, em matéria de gafes, todos sabem como ele era useiro e vezeiro.
O protocolo, como se percebe, tem destas coisas. Para os que estamos por fora as situações fazem-nos sorrir mas para os seus protagonistas devem ser momentos muito confrangedores.