Ainda não vos falei de um restaurante algarvio onde vou sempre que posso. A comida é óptima mas, atenção, para irem lá têm que estar devidamente preparados para certas condicionantes. Eu explico:
Mal ultrapassada a porta de entrada, é costume atirarem-nos com um seco “A cozinha está atrasada, se quiserem esperar...”
Claro que queremos esperar, naquelas ocasiões nunca temos pressa porque, o que nos leva ali – a qualidade da sua comida - merece bem o tempo infindo que levam a servir-nos.
A sala não é especialmente bonita, o serviço de mesas é básico e nada atencioso, não existe um pingo de requinte e, na verdade, tudo nos parece tosco. Apesar disso, faz parte do nosso percurso algarvio ir ao Café Correia, em Vila do Bispo, entre Lagos e Sagres.
Na cozinha, ao leme dos tachos e bicos de fogão, tudo é feito com esmero e ao momento por um único homem – o dono do restaurante. E por que tudo começa depois do pedido feito, não se estranha a demora. Aliás será bom até, como nos aconselharam, não demonstrar qualquer impaciência não vá o chefe entrar em stress e o cozinhado não vir apurado.
Em anterior ocasião tínhamos comido umas portentosas lulas recheadas e, desta vez, deliciámo-nos com uma magnífica sopa de peixe com massinhas e uma fabulosa galinha de cabidela. Que vinha “ao ponto”, como se costuma dizer. E, meus amigos, que imagem deliciosa ver pousar na nossa mesa os tachos vindos directamente do fogão.
Para além das iguarias que lhes dei conta ainda podem pedir, entre outras coisas, o coelho guisado, os camarões guisados à moda da casa e o arroz de peixe ou de camarão que, dizem-nos, são verdadeiras obras de arte.
Aqui fica a sugestão. Quando forem para os lados do barlavento algarvio, não deixem de experimentar o “Café Correia”. Levem tempo e paciência mas, depois, digam qualquer coisa.
1 comentário:
Ainda esta semana falou-se neste blog sobre o tema “a qualidade”, e como a mesma ocupa um lugar nas nossas vidas. Sem margem para dúvidas que a qualidade tem um preço, e no presente caso, o preço a pagar é o tempo de espera por uma tão saborosa refeição. No meu caso pessoal, confesso que não gosto muito de esperar, se bem que às vezes tem valido a pena esperar, pois o resultado final é revela-se bastante compensatório. Numa época de férias, onde se procura momentos de relaxamento, de prazer e de paz, devemos evitar as corridas contra-relógio, e tudo que daí possa advir. Como tudo na vida, existe sempre um lado A e um lado B, ou seja, o facto de se esperar um pouquinho pela refeição, pode se revelar aborrecido, contudo, e porque cada vez menos se convive à mesa, pois a existência de um televisor ligado à hora da tão importante refeição, faz com que as pessoas desviem a sua atenção daquilo que realmente é importante, o convívio familiar. Sempre que organizem um almoço, quer seja de índole familiar ou entre amigos, experimentem desligar o televisor e verão que o resultado é completamente diferente. A hora das refeições é uma oportunidade para que as famílias/amigos se reencontrem e convivam, como tal, é importante que nesses momentos as pessoas estejam disponíveis umas para as outras. Assim sendo, o facto de se esperar um pouquinho pela tão desejada refeição, não é assim tão mau, pois enquanto esperamos, podemo-nos deliciar com a companhia daqueles que nos são mais queridos.
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