Mesmo que se pense "longe da vista longe do coração" a verdade é que nunca andamos descansados com o que comemos, tantas são as aldrabices que se vão sabendo, para não falar das que ainda não foram descobertas. E, reparem, nem estou assim tão preocupado com aquelas refeições pré-cozinhadas que dizem ter 100% de carne de vaca e, afinal, também têm carne de cavalo. Isso é uma fraude fiscal mas não está em causa a saúde pública.
O que já me deixa de sobreaviso são todas aquelas mistelas (sulfitos - uma substância que dá uma cor de carne fresca, mesmo que esta não o esteja - e bactérias várias) encontradas pela ASAE na carne picada vendida em talhos das zonas da Grande Lisboa e do Grande Porto. E isso sim, já é uma questão de saúde pública.
Dir-me-ão que é preciso escolher os sítios onde se compra ou se consome esses alimentos. Estarão a pensar, digo eu, em estabelecimentos de vão de escada onde os preços são mais baratinhos e, por isso, estamos dispostos a correr alguns riscos.
O pior é que já nem nos melhores equipamentos estamos a salvo de consumir porcarias. Há dias, vários produtos "contaminados" estavam a ser vendidos no "El Corte Inglês", no Jumbo e no Continente, por exemplo. E vejam o caso que aconteceu no Hotel Copacabana Palace, um dos mais tradicionais e luxuosos do Rio de Janeiro e da América do Sul, onde, na semana passada, foram encontradas nas suas três cozinhas mais de 100 quilos de alimentos fora da data de validade e até mesmo em decomposição.
O perigo espreita e temos poucas possibilidades de o evitar. Se em alguns casos são "meras" fraudes fiscais e andamos a comer "gato por lebre", noutras - bem mais preocupantes - corremos sérios riscos de saúde.
Daí a pergunta: afinal, o que é que andamos a comer?
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