Os números do desemprego em Portugal são assustadores. Os que são oficiais (os que correspondem aos inscritos nos Centros de Emprego) dão conta de cerca de 740 mil desempregados. Mas a verdade é que temos 1 milhão e 200 mil desempregados, dos quais 260 mil já desistiram de procurar emprego, por cansaço ou por achar que não vale a pena procurar trabalho. E nesta quantidade imensa de pessoas que vêm ferida, talvez para sempre, a sua dignidade, não estão incluídos todos aqueles que trabalham a tempo parcial e os que são forçados a emigrar por falta de alternativas.
E o que tem dito o Governo sobre esta matéria? Pouco ou nada. Apenas vai referindo que os números "estão praticamente em linha com as previsões". Apreciaríamos mais que em vez de previsões (todas elas falhadas) o Governo se preocupasse verdadeiramente com a implementação de verdadeiras políticas para a criação de emprego. Recorde-se que, só em Janeiro deste ano, o número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego aumentou 16,1% em comparação com o mesmo mês de 2012.
Resta-me o consolo de saber que a obscenidade destes números não retira o sono (embora durma pouco) a Passos Coelho. Já Miguel Relvas (contestadíssimo em todos os lados em que aparece, inclusive, foi ontem forçado a abandonar uma sala, numa saída apressada e atribulada, perante a pressão dos estudantes perseguidores), fez saber que o desemprego e o desemprego jovem lhe tiram o sono.
Aos dois governantes o que lhes posso sugerir é que tomem um Xanax um pouco antes de se deitarem. E, já agora (depois de um bom descanso), que façam qualquer coisa para criarem mais emprego.
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