Publicamente confesso a minha ignorância. Da Islândia sabia apenas que é uma ilha que fica ali, mais ou menos, a noroeste da Europa, entre o Oceano Atlântico e o Mar da Noruega, que a capital é Reykjavik e que, constava, tinha um alto padrão de vida, e os seus naturais viviam muito bem.
Pelas notícias dos últimos dias fiquei a saber também que é o quinto país mais rico do mundo, que as taxas de desemprego são baixas e que a distribuição dos rendimentos é generosa. O paraíso? Julgo que não, pelo menos nos dias que correm.
É que parece existir aqui uma contradição. Como é que este país, que parece ser um verdadeiro modelo capitalista, consegue, por um lado, “dar” aos seus cidadãos tão elevado nível de vida quando, por outro, a sua economia depende quase exclusivamente da pesca e das indústrias associadas, que constituem 70% do total das exportações que, ainda por cima, são feitas maioritariamente para os Estados Unidos.
Pelas notícias dos últimos dias fiquei a saber também que é o quinto país mais rico do mundo, que as taxas de desemprego são baixas e que a distribuição dos rendimentos é generosa. O paraíso? Julgo que não, pelo menos nos dias que correm.
É que parece existir aqui uma contradição. Como é que este país, que parece ser um verdadeiro modelo capitalista, consegue, por um lado, “dar” aos seus cidadãos tão elevado nível de vida quando, por outro, a sua economia depende quase exclusivamente da pesca e das indústrias associadas, que constituem 70% do total das exportações que, ainda por cima, são feitas maioritariamente para os Estados Unidos.
A verdade é que a economia islandesa cresceu nos últimos dez anos uma média de 4% ao ano e, grande parte deste crescimento, tem a ver com o sector financeiro que, aliás, é muito dependente dos capitais estrangeiros. Ora, com o início da crise nos mercados americanos e o contágio rápido à Europa e ao resto do mundo, os islandeses, ficaram a braços com uma tremenda crise financeira, provavelmente maior da que a dos próprios americanos e correm até o risco que o Estado entre em colapso total, provavelmente em bancarrota.
O sentimento generalizado com que ficaram os pouco mais de 311 mil habitantes do país, depois do discurso catastrófico que o primeiro-ministro Geir Haarde fez na passada segunda-feira é de que muita gente irá perder dinheiro.
E se é verdade que o nível de vida é elevado na Islândia, também é certo que o endividamento para com a banca é excessivo e o crédito mal-parado é extremamente preocupante. De tal modo que os principais bancos já tiveram a intervenção do Estado e o efeito dominó das insolvências ameaça as restantes instituições financeiras da falência.
De maneira que temos um país que é dos mais ricos do mundo, temos uns cidadãos que têm um nível de vida muitíssimo bom mas ... mas tudo isto está em vias de desabar e o Estado poderá entrar em completo colapso financeiro com todas as desgraças que se adivinham.
E se isto acontece na Islândia, nós que vivemos num país bem mais pobre, teremos certamente motivos para ficar muito preocupados. Ou não?
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