Só hoje consigo falar no assunto porque, desde domingo, ainda estou a tentar recuperar daquela situação traumática. Não, não estou a falar da grande penalidade que o árbitro do Porto-Benfica “viu” quando estava a um metro da jogada e que eu, que já não tenho a visão de outrora, não tive dificuldade em avaliar que ali não houve falta alguma.
Do que eu estou a tentar recuperar é da “furiosa” vivacidade que os meus companheiros de sala manifestaram durante todo o jogo. Eram exclamações de ansiedade, de desolação, de fúria e também de alegria.
As interjeições acompanhavam o erguer furioso dos assentos e ouviam-se expressões muito curiosas que, suponho, fazem parte da gíria futebolística, como aquela que um amigo meu, ferrenho do clube da Luz, gritou algumas vezes “Parte-lhe os rins”, como que a incentivar o jogador benfiquista a deixar o adversário tripeiro completamente fora de si e da jogada.
Não que me incomodassem com todo aquele barulho, para além do barulho é claro, mas confesso que me faz alguma impressão ver toda aquela rapaziada a levantar-se gritando um “Ohhhhhh!” longuíssimo e prolongado, quando o atacante da sua equipa disparava para a baliza adversária, desolados por a bola não ter entrado por uma unha negra. Só que no jogo que eu estava a ver (não sei se era o mesmo que os meus companheiros), a tal bola passou pelo menos a dez metros do poste. Porventura alguém duvidava que a bola ia para fora?
Claro que não sou um adepto que sirva de referência a quem quer que seja. Sou tremendamente frio a ver um desafio e as minhas reacções de alegria não passam de um braço que ergo discretamente, de um pezinho que alongo sem dar nas vistas, de umas palmas contidas e pouco mais. “Low Profile”, será o termo que, talvez, melhor traduza o meu estilo de adepto. E não sofro ou exulto com os lances? Claro que sim, mas para dentro.
Por isso, todo o entusiasmo que transbordava na sala daquele restaurante onde estava plantado o ecrã gigante, se bem que contagiante para a maioria, não chegou para eu gritar de raiva ou de satisfação. Isso deixei para aqueles adeptos entusiásticos que não se cansavam de apoiar a sua equipa ou de invectivar os adversários e, principalmente, o árbitro.
E, já que volto a falar do árbitro, penso que é tempo de quem dirige a classe mandar os seus árbitros a consultas de rotina de oftalmologia. É que se não são incompetentes nem corruptos, muitos deles têm que saber se as suas dioptrias ainda são as adequadas.
Pedro Proença, o árbitro do Porto- Benfica, apesar de ter reconhecido logo após o final da partida que errou ao marcar a grande penalidade que possibilitou o empate do Porto e de ter pedido desculpas a toda comitiva encarnada, não pôde evitar um grito unânime de revolta e de ódio de todos os adeptos do glorioso. Até eu fiz uma careta de desagrado.
Do que eu estou a tentar recuperar é da “furiosa” vivacidade que os meus companheiros de sala manifestaram durante todo o jogo. Eram exclamações de ansiedade, de desolação, de fúria e também de alegria.
As interjeições acompanhavam o erguer furioso dos assentos e ouviam-se expressões muito curiosas que, suponho, fazem parte da gíria futebolística, como aquela que um amigo meu, ferrenho do clube da Luz, gritou algumas vezes “Parte-lhe os rins”, como que a incentivar o jogador benfiquista a deixar o adversário tripeiro completamente fora de si e da jogada.
Não que me incomodassem com todo aquele barulho, para além do barulho é claro, mas confesso que me faz alguma impressão ver toda aquela rapaziada a levantar-se gritando um “Ohhhhhh!” longuíssimo e prolongado, quando o atacante da sua equipa disparava para a baliza adversária, desolados por a bola não ter entrado por uma unha negra. Só que no jogo que eu estava a ver (não sei se era o mesmo que os meus companheiros), a tal bola passou pelo menos a dez metros do poste. Porventura alguém duvidava que a bola ia para fora?
Claro que não sou um adepto que sirva de referência a quem quer que seja. Sou tremendamente frio a ver um desafio e as minhas reacções de alegria não passam de um braço que ergo discretamente, de um pezinho que alongo sem dar nas vistas, de umas palmas contidas e pouco mais. “Low Profile”, será o termo que, talvez, melhor traduza o meu estilo de adepto. E não sofro ou exulto com os lances? Claro que sim, mas para dentro.
Por isso, todo o entusiasmo que transbordava na sala daquele restaurante onde estava plantado o ecrã gigante, se bem que contagiante para a maioria, não chegou para eu gritar de raiva ou de satisfação. Isso deixei para aqueles adeptos entusiásticos que não se cansavam de apoiar a sua equipa ou de invectivar os adversários e, principalmente, o árbitro.
E, já que volto a falar do árbitro, penso que é tempo de quem dirige a classe mandar os seus árbitros a consultas de rotina de oftalmologia. É que se não são incompetentes nem corruptos, muitos deles têm que saber se as suas dioptrias ainda são as adequadas.
Pedro Proença, o árbitro do Porto- Benfica, apesar de ter reconhecido logo após o final da partida que errou ao marcar a grande penalidade que possibilitou o empate do Porto e de ter pedido desculpas a toda comitiva encarnada, não pôde evitar um grito unânime de revolta e de ódio de todos os adeptos do glorioso. Até eu fiz uma careta de desagrado.
2 comentários:
Não sei quem te convence a trocar o sossego de casa por uma sala barulhenta e repleta de fanáticos, ainda por cima com expressões tão estranhas como "parte-lhe os rins"...? ele há cada um...
Quando te fizerem outro convite do género não vás ao engano!
Que queres, os que, como eu, têm um coração demasiado mole não são capazes de resistir aos apelos dos amigos. É a vida!
De qualquer forma, nem eu alguma vez imaginaria que aqueles fanáticos, sobretudo aquele meu amigo ferrenho do Benfica, teriam expressões tão, tão, tão … como dizer, tão “fanáticas”. Garanto-te que, quando estiver com ele, vou “partir-lhe os rins”.
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