quinta-feira, abril 02, 2009

O flagelo do desemprego

É verdade que ela existe (e de que maneira), é certo que os nossos bolsos estão cada vez mais vazios e o nosso desânimo maior mas, sinceramente, já estamos um bocado fartos de ouvir falar na C R I S E a toda a hora. Sente-se uma depressão enorme sempre que a palavra maldita aparece, seja na televisão, na imprensa escrita ou em blogues (como é o caso).

De qualquer forma, vou hoje voltar ao tema, para transcrever um excerto de uma crónica de Nicolau Santos publicada há duas semanas no Expresso e que constitui um bom motivo de reflexão.

Nesse texto, que analisava o aumento do desemprego e o número de falências de empresas nos primeiros meses deste ano, Nicolau questionava-se sobre se estaríamos irremediavelmente condenados a que o desemprego disparasse e se estabilizasse acima dos dois dígitos. Ele próprio respondia:

“Não estamos. Mas precisamos de actuar rapidamente … várias coisas estão a ser feitas, mas outras também se podem fazer …

A primeira passa obviamente por o Estado apoiar sem reservas algumas empresas que venham bater-lhe à porta. É recomendável, contudo, que esse apoio seja criterioso …

A segunda implica a responsabilidade de empresários e gestores, cuja primeira decisão perante as dificuldades não pode nem deve ser o despedimento colectivo imediato, tendo antes de esgotar outras possibilidades, como paragens temporárias de produção, redução de horários com redução salarial, etc.

A terceira implica a responsabilidade de todos os trabalhadores, da base até ao topo. Neste momento, o desemprego não é apenas um problema do Estado ou dos patrões … e isso significa, por exemplo, a disponibilidade dos quadros de topo para reduzirem, numa percentagem a definir, os seus salários e o conjunto alargado de benefícios que recebem para evitar despedimentos de colegas que ganham menos.

A quarta é desenvolver programas de formação, que terão de ser frequentados por todos os que se inscrevem nos centros de desemprego. Não faz sentido que a única actividade que se tem quando se está no desemprego seja passar pelo centro para saber se há novidades”.


Estado, empresários, gestores e trabalhadores, todos têm um papel importantíssimo na resolução do problema. Perante um cenário que é, de facto, muito grave e que tem consequências sérias na vida das pessoas e dos países, é urgente que haja soluções rápidas e eficazes. Que terão que ser técnicas, obviamente, mas que terão que ter presentes duas ideias-chave: “Bom senso” e “Solidariedade”.

2 comentários:

provocador disse...

A este propósito, o Presidente Lula da Silva disse num encontro que teve com Gordon Brown

“A crise foi provocada e fomentada por brancos de olhos azuis que diziam saber tudo mas que, afinal, não sabiam nada”

É por estas e por outras que eu gosto do Presidente brasileiro!

Anónimo disse...

Gostar do Lula pelos comentários racistas é uma boa opção.