O violento sismo que, na semana passada, abalou a região de Abruzzo, em Itália, e as réplicas subsequentes, deixaram cidades completamente destruídas, fizeram cerca de 300 mortos, quase 20 000 feridos e milhares de pessoas desalojadas. Uma catástrofe que deixou o mundo em estado de choque.
Perante tamanha tragédia o governo italiano accionou os meios necessários para tentar assegurar aos desalojados as condições mínimas de sobrevivência. Tendas para pernoitar, comida e cuidados médicos. O normal nestas situações.
Mas, para além dos abrigos em tendas ou dos cuidados básicos que lhes são prestados, o que as pessoas que viveram esta desgraça necessitam é de um apoio psicológico eficaz, gestos de solidariedade que lhes reconfortem a alma, quer eles se traduzam por palavras quer por actos concretos de ajuda humanitária.
Como foi o caso de um grupo de palhaços que chegaram à região para distribuir sorrisos, abraços e carinho. Quem é que pensaria que numa situação tão complicada como esta a presença destes palhaços seria tão importante? Dificilmente se acharia que este tipo de acções estaria no topo da lista dos serviços de emergência. E eles têm, de facto, dado apoio a crianças, pais, avós e até às centenas de voluntários que estão no campo de Atletismo de Aquila a dar ajuda às vítimas do sismo, tentando que eles esqueçam a desgraça e a tristeza e que possam, ainda que dificilmente, sorrir de vez em quando.
O que este povo não necessitava certamente é de ter ouvido o primeiro-ministro do seu país, Silvio Berlusconi, dizer que uma vez que os actuais abrigos são provisórios “os sobreviventes devem encarar a situação como um fim-de-semana no parque de campismo onde não lhes faltará nada” ou a convidá-los “vão ao litoral, é Páscoa”.
Berlusconi não usa o nariz vermelho dos palhaços nem tem a graça destes. Aliás já demonstrou por diversas vezes que, sempre que tentou ter graça, a ironia e a piada não colaram bem à sua personalidade. Tanto mais que ele é um político com responsabilidades e tem a obrigação de saber usar as palavras nos sítios e nas doses certas. Foi demasiado infeliz e aquela gente, tão carente e assustada, não merecia ouvir tanta baboseira junta. O que precisavam, isso sim, era de uma palavra amiga vinda de um governante que lhes transmitisse a esperança e que lhes assegurasse que o governo iria fazer tudo para que a vida de todos voltasse à normalidade rapidamente.
Uma palavra última para as imagens fortes transmitidas pelas televisões, de uma sobrevivente, uma senhora de 98 anos, que foi resgatada dos escombros 30 horas depois do primeiro sismo. Durante todo este tempo não comeu, não ingeriu líquidos e conseguiu resistir, apenas e só – segundo ela - porque esteve todas estas horas a fazer tricô. Incrível.
Perante tamanha tragédia o governo italiano accionou os meios necessários para tentar assegurar aos desalojados as condições mínimas de sobrevivência. Tendas para pernoitar, comida e cuidados médicos. O normal nestas situações.
Mas, para além dos abrigos em tendas ou dos cuidados básicos que lhes são prestados, o que as pessoas que viveram esta desgraça necessitam é de um apoio psicológico eficaz, gestos de solidariedade que lhes reconfortem a alma, quer eles se traduzam por palavras quer por actos concretos de ajuda humanitária.
Como foi o caso de um grupo de palhaços que chegaram à região para distribuir sorrisos, abraços e carinho. Quem é que pensaria que numa situação tão complicada como esta a presença destes palhaços seria tão importante? Dificilmente se acharia que este tipo de acções estaria no topo da lista dos serviços de emergência. E eles têm, de facto, dado apoio a crianças, pais, avós e até às centenas de voluntários que estão no campo de Atletismo de Aquila a dar ajuda às vítimas do sismo, tentando que eles esqueçam a desgraça e a tristeza e que possam, ainda que dificilmente, sorrir de vez em quando.
O que este povo não necessitava certamente é de ter ouvido o primeiro-ministro do seu país, Silvio Berlusconi, dizer que uma vez que os actuais abrigos são provisórios “os sobreviventes devem encarar a situação como um fim-de-semana no parque de campismo onde não lhes faltará nada” ou a convidá-los “vão ao litoral, é Páscoa”.
Berlusconi não usa o nariz vermelho dos palhaços nem tem a graça destes. Aliás já demonstrou por diversas vezes que, sempre que tentou ter graça, a ironia e a piada não colaram bem à sua personalidade. Tanto mais que ele é um político com responsabilidades e tem a obrigação de saber usar as palavras nos sítios e nas doses certas. Foi demasiado infeliz e aquela gente, tão carente e assustada, não merecia ouvir tanta baboseira junta. O que precisavam, isso sim, era de uma palavra amiga vinda de um governante que lhes transmitisse a esperança e que lhes assegurasse que o governo iria fazer tudo para que a vida de todos voltasse à normalidade rapidamente.
Uma palavra última para as imagens fortes transmitidas pelas televisões, de uma sobrevivente, uma senhora de 98 anos, que foi resgatada dos escombros 30 horas depois do primeiro sismo. Durante todo este tempo não comeu, não ingeriu líquidos e conseguiu resistir, apenas e só – segundo ela - porque esteve todas estas horas a fazer tricô. Incrível.
1 comentário:
Espera aí. Não podes acusar o homem de não ter graça. Lembras-te o que ele disse sobre o Obama, que era "lindo, jovem e também bronzeado"?
E quando, mais tarde, quis emendar a parvoíce, acrescentou que o queria dizer era que ele, Berlusconi, era “mais pálido” do que o Presidente dos Estados Unidos?.
Bem, pensando melhor, talvez ele não seja mesmo engraçado. Provavelmente é só parvo.
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