Diz a Wikipédia que “Alberto Caeiro é considerado o mestre dos heterónimos de Fernando Pessoa. Foi um poeta ligado à natureza ...".
Segundo alguns “pessoanos”, “Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos” que só se importa ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. Daí o seu desejo de integração e de comunhão com a natureza”.
Então, de Alberto Caeiro,
“Num Dia de Verão”
Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
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Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
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Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...
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