José Pacheco Pereira saiu hoje a terreiro para afirmar publicamente que com a demissão do assessor de imprensa do Presidente da República, “Cavaco interferiu nas eleições … Cavaco Silva já está inevitavelmente comprometido com o resultado das eleições”.
Logo os partidos de esquerda se apressaram a dizer que esta “intromissão” presidencial esvaziou de vez a campanha do PSD. A “inventona” das alegadas escutas em Belém esfumou-se e isso pode ter prejudicado o partido social-democrata.
O mesmo pressentimento que deve ter sentido Pacheco Pereira, o velho ideólogo (ai, que saudades, já não dizia esta palavra há anos) primeiro do seu PCP-ML, o partido marxista-leninista de inspiração maoísta de que fundou a secção no norte do país nos bons velhos tempos e agora também ideólogo de Manuela Ferreira Leite.
Aliás, foi Ferreira Leite quem o foi buscar à cadeira de comentador político na televisão e nos jornais para a inspirar na sua acção política desde que chegou à presidência do PSD.
É, de resto, muito curioso, que Pacheco Pereira retorne à ribalta quando o partido atravessa momentos mais delicados.
Como quando aconteceu em Junho de 1998 quando subiu à tribuna da Assembleia da República para, depois de um prolongado silêncio parlamentar do PSD, proferir um discurso muito duro em que arrasou o governo de António Guterres e o PS.
A resposta veio no final do debate pela voz do então Ministro da Administração Interna, Jorge Coelho, que tecendo rasgados elogios à inteligência de Pacheco Pereira rematou da seguinte forma:
“O PSD quando está com problemas vai buscar Pacheco Pereira à prateleira. Pacheco Pereira funciona hoje como o Viagra do grupo parlamentar social-democrata”.
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