Aí há tempos soube-se que muitos bilhetes de identidade pertencentes a miúdos entre os 12 e os 15 anos indicavam que todos eles tinham nascido em 1992, o que lhes conferia idade suficiente para entrarem – sem chatices – em casas nocturnas que exigem que os seus clientes tenham pelo menos 16 anitos. O suficiente, portanto, para beberem o que quiserem sem terem que responder às perguntas de porteiros mal-encarados.
E toda esta “vida airada” graças à falsificação dos BI, coisa que qualquer adolescente de hoje tem acesso, porque as tecnologias disponíveis permitem - “com uma perna às costas” – a obtenção dessas contrafacções em menos de meia-hora. O mundo da aldrabice que já muitos consideram normal.
Recentemente voltou a falar-se de uma prática de há muitos anos, a de se poder comprar trabalhos académicos e, nomeadamente, teses de mestrado já prontas.
O que nos faz pensar se poderemos confiar nos saberes dos nossos licenciados, mestres e doutores quando, muitos deles, conseguem atingir os seus propósitos com o trabalho realizado não por eles mas por outros. Para quê estudar, pesquisar, perder tempo com a aprendizagem e análise se podem facilmente conseguir, por uns míseros 1 500 euros, uma tese de mestrado?
Afinal, defender uma tese feita por outra pessoa não é crime. A lei apenas condena o trabalho plagiado.
Ética, deontologia, conhecimento, quem é que se preocupa com isso?
Como diz a letra do fado, “Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado”.
E tudo isto se passa num país de falsários ou, se quiserem, de salafrários, onde não existe uma mão pesada que puna a trafulhice.
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