Desculpem voltar ao tema mas, já agora, termino a semana a falar novamente sobre o ensino. Isto porque foi lançado nos últimos dias um ensaio – O ensino do Português – da autoria da investigadora e professora de português, Maria do Carmo Vieira.
Num texto desassombrado e, prevejo eu, a suscitar muitos “ódios”, a autora critica duramente o baixo nível de exigência do actual sistema de ensino e, sem pejo, aponta o dedo aos professores, aos sucessivos governos e às escolas.
“A escola não pode permanecer tal como está, porque já bateu fundo – e não só em relação ao ensino do português, mas em várias outras matérias. Estamos a ensinar na base daquilo que é fácil, do que não exige esforço, nem trabalho. Estamos a fomentar gerações e gerações de alunos que não pensam, nem sequer sabem falar ou escrever”.
Directa, Maria do Carmo Vieira, vai mais longe. Afirma que “os exames tal como estão concebidos não surtem qualquer efeito do ponto de vista da aprendizagem e os programas escolares são medíocres, sem fio condutor nem objectivo”.
Quanto aos professores é assertiva. “Os professores têm que ter competência científica e autoridade em vez de ser o “bom camarada” em que muitos se tornaram”. Mais, segundo a autora deste ensaio “É preciso insistir na formação dos professores: não sabem escrever, não sabem pensar…”
"O ensino do Português", promovido pela Fundação Manuel dos Santos (dirigida por António Barreto) é um livro muito interessante e que merece a leitura atenta e a reflexão de pais, de pedagogos, de políticos e de todos os que comungam a ideia de que a base de tudo está na educação.
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