Apesar do país estar a abanar por tudo o que é sítio e de se proclamar aos quatro ventos que a economia está um caos, entendo que há imperativos de solidariedade que não podemos negar a quem necessita, ainda que isso vá pesar no nosso débil orçamento.
O auxílio humanitário, o envio de tropas ao abrigo de acordos internacionais, a contribuição para ajuda de programas específicos – alimentar, de criação de infra-estruturas e outros - tudo isso é justificado pela solidariedade que devemos aos demais países, mesmo que o dinheiro escasseie.
Porém, a noticiazinha despercebida a um canto de jornal, que dava conta que Portugal vai financiar na totalidade as obras de uma aldeia olímpica para os Jogos Africanos de 2011 que se vão realizar em Maputo, essa eu não compreendo de maneira alguma.
Os 114 milhões que vamos dar não se destinam a construir escolas, hospitais ou a projectos de carácter científico ou social. São apenas para se fazerem umas casitas que irão albergar uns quantos desportistas durante um curto período. E, nisto, não vejo sentimentos de generosidade nem de solidariedade que possam sustentar tal oferta, a não ser que haja contrapartidas. Mas, dessas, se existirem, ninguém adiantou o que quer que fosse.
Numa altura em que os contribuintes portugueses estão tão desesperados, sem ânimo e com pouquíssimas perspectivas quanto ao futuro, este apoio é totalmente inaceitável. Ou não?
1 comentário:
Tens razão, é completamente inaceitável !
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