Na última sexta-feira o meu filho espantava-se comigo porque que estava à espera de encontrar aqui no blogue um texto que disparasse em todas as direcções por causa do corte dos subsídios de férias e de Natal do próximo ano. Segundo ele, dava a ideia de que eu – ao escrever sobre a Fada do Dente, coisa que neste momento não interessa a ninguém – estava-me perfeitamente nas tintas para o que se tinha passado.
Expliquei-lhe que não tinha sido bem assim. Na verdade, depois de ouvir a comunicação de Passos Coelho ao país, sobre as novas (e duríssimas) medidas de austeridade e enquanto todos nós lá em casa tentávamos assimilar e digerir tudo aquilo - calados, revoltados e assustados - eis que, em vez de espernear, fui ao frigorífico e surgi na sala (aparentemente com uma expressão descontraída) com uma garrafa de espumante acabada de abrir e umas quantas flutes.
Percebi a confusão que se instalara naquelas cabecinhas e a certeza de que as medidas anunciadas tinham conseguido acabar comigo de vez. E percebi, também, que se questionavam sobre o que iríamos comemorar se estávamos à beira de saltar para o precipício.
Nada mais simples. É que, penso eu, para além de se dever beber na comemoração das vitórias é importante que também o façamos quando queremos afogar as mágoas. E, perante a hecatombe …
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