segunda-feira, janeiro 09, 2012

Indignação



Volto ao trabalho da pior forma - REVOLTADO. E não há nada que me aborreça mais do que começar um novo ano com este sentimento. Para que conste, o caso de tamanha revolta nem sequer me atinge, nem aos meus mais chegados. Mesmo assim, quero manifestar publicamente a minha indignação.


Vai haver corte nas pensões. A ser verdade (e parece que é) e a ir para a frente (e parece que vai) esta medida aprovada pelo Governo vai penalizar seriamente os cerca de 15 mil pensionistas que receberam carta da Segurança Social a informá-los que vão cortar parte das suas pensões já a partir deste mês. Trata-se de pessoas que acumulam pensões da Caixa Geral de Aposentações e da Segurança Social ou provenientes de trabalho realizado no Estrangeiro, mas cuja soma, em muitos casos, não chega aos 600 euros.


Repito e sublinho que se trata de pessoas e que estas pessoas, mesmo acumulando várias reformas, não conseguem ganhar mais de 600 euros mensais. E, já agora, acrescento que para conseguirem estas “reformas milionárias” ao fim de muitos anos de trabalho, estes pensionistas fizeram descontos nos (magros) salários que foram auferindo.


Ouvi há dias o Ministro Pedro Mota Soares explicar que só agora conseguiram cruzar os dados dos vários sistemas e que, por isso, só agora podem aplicar uma lei que foi aprovada em 2007. Claro que não me convenceu. Se a lei aprovada na Assembleia da República por uma maioria absoluta é, agora, considerada injusta porque vai atingir milhares de desfavorecidos, precisamente aqueles que não têm possibilidade de reivindicar o que quer que seja, a maioria absoluta agora no poder tem toda a legitimidade para voltar atrás e fazer justiça.


A desculpa de que apenas estão a dar cumprimento a uma lei já aprovada é demasiado simplória. A ser assim, teríamos que pensar em iniciar rapidamente as obras do TGV e do novo aeroporto de Lisboa. E ninguém acredita que isso aconteça.


O mais certo é que na base desta decisão haja critérios justificadíssimos que desconheço e que não foram explicados. Mas ainda que a eles assista alguma razão de natureza financeira (ou outra), continuo a estar indignado por saber que, uma vez mais, o castigo vai desabar em cima desta franja da população que já está tão debilitada.


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