Têm-se ouvido ultimamente apelos para que os portugueses poupem mais. Dizem que é a única forma de assegurarem uma velhice tranquila pois, no futuro, as pensões de reforma não passarão de pensões de miséria. Mas, meus Amigos, esses apelos dirigem-se concretamente a quem? Os ricos não necessitam desse conselho. Para isso contam com consultores e gestores de conta e de fortunas, eles sabem sempre onde colocar o dinheiro e em que altura. Quanto aos pobres é melhor passar à frente, mal conseguem sobreviver às dificuldades crescentes e a palavra poupar é, para eles, um sonho longínquo, quando não uma provocação. Resta-nos a classe média, ou melhor, o que dela sobra. Desgastada por ser chamada a suportar sucessivos aumentos e insistentes impostos, mal se consegue aguentar à tona com o mínimo de dignidade e de esperança. E é com esses sentimentos que ainda vai conseguindo aforrar o pouco que lhe resta. E já lhe sobra muito pouco.
Ainda por cima, e para ajudar, o Estado não se cansa de aumentar os seus proventos sobre aquilo que conseguimos aforrar. Entre 2010 e 2011 a taxa liberatória sobre os depósitos a prazo e sobre outros produtos de poupança subiu de 20% para 21,5% e, mais recentemente, passou para os 25%. Por exemplo, quem constituiu um depósito a prazo em 2011 com vencimento este ano, terá que contar que um quarto do que possam render as suas poupanças será arrecadado pelo Estado.
Assim sendo, resta-me dizer-vos: vamos poupar Amigos. O Estado agradece.
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